A jornada para a maturidade digital é contínua e exige compromisso. Não basta seguir tendências tecnológicas sem construir um relacionamento com o seu público
Em um ambiente cada vez mais competitivo e globalizado, alcançar esse estágio é mais do que uma escolha estratégica; é uma necessidade para assegurar a competitividade e a capacidade de adaptação ao mercado. A pandemia acelerou essa transformação digital, mas o que está em jogo vai além da simples adoção de novas tecnologias. Trata-se de uma mudança cultural profunda que envolve tanto a liderança quanto as equipes.
Uma pesquisa recente da McKinsey revela que empresas com maior maturidade digital têm uma probabilidade 50% maior de gerar lucros acima da média de mercado. Esse dado reforça que o impacto da transformação digital está diretamente ligado à performance financeira. No entanto, ao falarmos de maturidade digital, é crucial ir além dos indicadores de curto prazo e abraçar uma visão mais abrangente, focada no médio e longo prazo.
O olhar 360 do mercado digital
Muitas empresas continuam presas a métricas de curto prazo, como KPIs que refletem apenas o desempenho momentâneo, por exemplo, o custo por aquisição (CPA). Estas métricas são úteis, mas não fornecem uma visão completa da relação com o cliente. Ao adotar um olhar mais focado na maturidade digital, passamos a falar de marcas que conhecidas por construir um relacionamento duradouro com os clientes, promovendo uma visão de longo prazo.
Nesse contexto, métricas como o lifetime value (LTV) passam a ser fundamentais, pois refletem o quanto uma empresa consegue reter e cultivar um relacionamento sólido com seus clientes, garantindo que eles voltem e façam mais compras ao longo do tempo.
A maturidade digital não se resume à implementação de ferramentas tecnológicas. Envolve a capacidade de integrar essas soluções de forma eficaz e, sobretudo, a capacidade de transformar processos, melhorar a experiência do cliente e promover uma cultura de inovação contínua.
As organizações mais bem-sucedidas neste caminho estão a investir em três pilares principais:
- Estratégia
Primeiro, a estratégia digital deve estar alinhada visando o negócio. Não se trata apenas de digitalizar operações, mas de redefinir modelos de negócio para explorar novas oportunidades e otimizar os recursos disponíveis. Líderes que entendem a importância dessa visão de longo prazo têm mais sucesso na implementação de mudanças sustentáveis.
- Talento
Em segundo lugar, o talento é um fator decisivo. Equipes capacitadas com conhecimentos adequados para lidar com as novas ferramentas e processos são a base para qualquer transformação digital bem-sucedida. Investir na formação contínua e na atração de talentos com competências digitais é um passo essencial. Empresas que negligenciam esse aspecto enfrentam dificuldades para acompanhar o ritmo acelerado de mudanças no mercado.
- Dados
Por fim, o uso inteligente dos dados é fundamental. A capacidade de coletar, analisar e interpretar grandes volumes de informações em tempo real oferece insights valiosos para a tomada de decisões estratégicas. No entanto, muitas empresas ainda lutam para transformar dados em ações concretas. Aquelas que conseguem superar esse desafio estão à frente na corrida pela maturidade digital.
Além disso, o papel das mídias pagas ganha uma nova dimensão em um cenário de maior maturidade digital. Nessas empresas, a mídia paga é utilizada primariamente para adquirir novos clientes, que são, posteriormente, retidos e nutridos por meio de estratégias de CRM, estabelecendo um relacionamento de longo prazo e aumentando o lifetime value. Esta integração entre aquisição e retenção é um elemento-chave para maximizar o retorno sobre o investimento em marketing e assegurar a fidelização dos clientes.
A jornada para a maturidade digital é contínua e exige compromisso. Não basta seguir tendências tecnológicas. O foco deve estar em como essas tecnologias podem gerar valor real e sustentável para o negócio, pensando sempre em um relacionamento a médio e longo prazo. O futuro pertence às empresas que conseguirem alinhar estratégia, talento e dados para se adaptarem rapidamente a novos cenários. A digitalização não é o destino, mas o caminho para a inovação e a resiliência empresarial.
Por: Fernanda Cunha Lima, sócia e CEO da Kipiai.
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