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Podcast 660 – Stela Herschmann: “Não há mais espaço para negacionistas climáticos

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É inequívoco que o homem deu causa às mudanças climáticas

Divulgado na segunda semana de agosto, o relatório do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (em inglês, IPCC) é, sem sombra de dúvida, o mais contundente documento sobre a crise do clima publicado até aqui. Se nas versões anteriores ainda existia alguma margem de dúvida a respeito do responsável pelas transformações a que temos assistido, desta feita não resta mais espaço para hesitação: é inequívoco que o homem deu causa às mudanças climáticas. Para falar a respeito do significado do relatório e do seu impacto junto ao Brasil e à comunidade internacional, nossa convidada deste Podcast Rio Bravo é Stela Herschmann, especialista em políticas climáticas do Observatório do Clima.

Na entrevista, Herschmann começa por explicar se existe alguma diferença no que se refere à força das palavras utilizadas no relatório do IPCC, haja vista que, dada a cobertura dos meios de comunicação de fora do país, a repercussão foi gigantesca. “O que muda agora, e é uma mudança sutil de linguagem que faz toda a diferença, é que não se fala mais em grau de certeza; é uma declaração de fato. É inequívoco que o homem deu causa às mudanças climáticas”, comenta a especialista.

O ponto destacado por Stela Herschmann é importante sobretudo porque, ao longo da última década, tem sido comum a presença da figura do ambientalista cético, ou, ainda, do polemista que negava a existência das mudanças climáticas. Para a entrevistada do Podcast Rio Bravo, essa posição não pode ser mais sustentada se o objetivo for levar a discussão a sério. “A outra mensagem que o relatório traz é que não há mais tempo a perder: se nós quisermos conter o aquecimento global a níveis considerados seguros, inclusive a níveis que foram aceitos no plano internacional, como o Acordo de Paris, nós precisamos implementar mudanças drásticas – e muito rápidas. Precisamos agir, e é para ontem”.

Stela Herschmann comenta, também, os cenários apresentados no documento do IPCC. Nas palavras da entrevistada: “O relatório faz projeção de cinco cenários de emissões e as consequentes temperaturas médias que o mundo alcançaria. Dois cenários são de baixa emissão; um de média; e dois de alta emissão. O mundo caminha hoje para o cenário de alta emissão, no qual, em média, a temperatura ficaria 4,4 graus Celsius mais quente do que no período pré-industrial. É um cenário que provavelmente inviabiliza a vida na Terra como nós conhecemos hoje”.

Isso significa que o cenário atual alcançou um ponto de não-retorno? A especialista em política climática do Observatório do Clima faz questão de reforçar a mensagem objetiva do relatório: “Sobre isso, o relatório é mais cauteloso, de maneira que não faz qualquer projeção de quando isso poderia ocorrer. Ninguém sabe dizer quando o Permafrost ou as geleiras vão derreter por completo”, observa, citando um exemplo.

Em outro momento da entrevista, ao responder a respeito da necessidade de conscientizar a sociedade acerca das mudanças climáticas, Stela Herschmann ressalta que é preciso lembrar que essa tomada de consciência passa pelo voto. Nas palavras da entrevistada: “Tanto para o Executivo quanto para o Legislativo, é importante que os políticos que nós escolhemos eleger tenham a consciência da agenda climática e da urgência que essa crise climática traz. Não podemos assumir um compromisso interacional de redução de emissões e depois aprovar um Projeto de Lei de grilagem de terra que está contratando um aumento de desmatamento e que vai fazer crescer as emissões”.

No final da entrevista, ao comentar a respeito do papel das empresas e do seu compromisso com as iniciativas relacionadas ao ESG, Stela Herschmann afirma que, dada a urgência climática, não é possível esperar apenas ações dos governos. “Vejo com bons olhos que as empresas façam compromissos voluntários em ser neutros em carbono. Agora, é preciso tomar cuidado para que isso não seja apenas uma ação de marketing. Não basta que as empresas apenas compensem as suas emissões. As empresas precisam ter metas de redução de emissões com base em evidências científicas, além de implementar mudanças em toda a sua linha produtiva”.

A entrevista completa de Stela Herschmann ao Podcast Rio Bravo pode ser acessada a partir do link acima.

Fabio Cardoso é jornalista e produtor do Podcast Rio Bravo.

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