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Podcast 796 – Do esporte de alta performance à jornada da ClearSale

Rio Bravo entrevista Pedro Chiamulera.

Pedro Chiamulera teve uma vida totalmente diferente antes de fundar, em 2001, da ClearSale, uma solução antifraude white label e customizada para cada cliente. Ainda na adolescência, Chiamulera se tornou velocista e, anos depois, participou de duas edições dos Jogos Olímpicos, em 1992 em Barcelona e em 1996 em Atlanta. Na entrevista que concede ao nosso Podcast, Pedro Chiamulera articula essa experiência à sua trajetória profissional, além de destacar as características da tecnologia antifraude, bem como sua visão para essa modalidade de negócio daqui para frente.

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Dicas de Conteúdo O melhor da semana para você

Livro: A Coragem de não Agradar – Ichiro Kishimi e Fumitake Koga

 O livro, em formato de diálogo entre um filósofo e um jovem, trata das ideias de Alfred Adler. Pra quem não tem familiaridade com temas psicológicos, o livro surpreende por rebater as grandes ideias de Sigmund Freud, difundidas e aceita pela maioria da sociedade. As discussões entre o jovem e o filósofo que traz a tona temas complexos, mas enfrentados por todos em vários momentos da vida, como auto aceitação, capacidade de mudar, relações interpessoais e traumas, são intrigantes, e as soluções exploradas pelo livro são desconcertantes.

Podcast: Histórias em Meia Hora

O podcast, criado pelo professor de história Vitor Soares, conta trechos importantes da história nacional e mundial em 30 minutos! Passando pelo Império Otomano até a criação da Yakuza, ou pulando para as Cruzadas e saltando para a história do Budismo e depois para um detalhado episódio sobre Leonardo da Vinci, o podcast aborda todo e qualquer tema de forma informal e direta e envolvente.

Whiplash: em busca da perfeição

Até que ponto se pode ir para se alcançar a perfeição? Qual a definição de sucesso? Qual o custo? O tema central deste filme é a possível contradição entre sucesso e equilíbrio. Mais ainda, o papel de um tutor na formação de um aluno. O filme retrata a história de um baterista que acaba se encantando por seu professor e pelos métodos agressivos de força-lo ao limite com o objetivo de se tornar um grande nome no cenário do jazz americano.

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Podcast 794 – Dani Café: head da área operacional da Fiduc

Dani Café: “Não precisa estar com a roupagem ESG para fazer as coisas certas”

No episódio desta semana, nossa convidada é Dani Café, Chief Sustenability Officer e head da área operacional da Fiduc. Como a nossa convidada relata na entrevista, a sua trajetória no mercado financeiro remonta aos anos 1990, quando não havia muitas referências de mulheres nesse segmento. Na entrevista, a executiva conta como foi o processo de ascensão no mercado financeiro sem deixar de lado a criação de quatro filhos. Foi uma das crianças, aliás, que fez com que Dani Café buscasse o sabático. E a nossa entrevistada vai revelar por que esse período foi transformador tanto na vida pessoal quanto na sequência de sua carreira profissional. 

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Como se faz um Plano Diretor | Nabil Bonduki no #VideocastRioBravo

A nova temporada do Videocast Rio Bravo traz um tema incontornável para a segunda década do século XXI. Em Cidade Aberta, a proposta é discutir os desafios e as oportunidades das cidades nas mais variadas frentes (mobilidade, inclusão, sustentabilidade, segurança pública, memória e investimentos).

O segundo episódio de nossa série traz Nabil Bonduki, arquiteto, urbanista, professor e político. Bonduki está associado ao planejamento urbano não somente porque é pesquisador do tema, mas, também, porque foi o relator do Plano Diretor de 2014. A propósito, uma das perguntas do #videocast é exatamente esta: será que Bonduki ficou satisfeito com a revisão do Plano Diretor levada adiante em 2023?

No videocast, além de apresentar os desafios do planejamento da cidade em diferentes áreas (como diversidade e meio ambiente), Bonduki ressalta a importância da política para a construção de uma cidade menos desigual.

Nas palavras do urbanista: “Eu sempre digo que um dos objetivos do Plano Diretor é reduzir as desigualdades da cidade. Por exemplo, se cada núcleo em torno de cada estação de metrô for uma área qualificada, nós estaremos qualificando aquela área para os moradores que estão lá e também para outros moradores que vão poder chegar naquelas regiões e vão ter interesse em morar ali. De quebra, teremos núcleos urbanos mais qualificados e diversos”.

Confira a íntegra da entrevista com o urbanista Nabil Bonduki, relator do Plano Diretor 2014, ao Videocast Rio Bravo.

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Podcast 792 – Flávia Pini:  A história do primeiro Venture Capital brasileiro focado em Retail Techs

Formada em publicidade e propaganda, Flávia Pini, nossa convidada no Podcast desta semana, não imaginava trabalhar no mercado financeiro. Atualmente, ela é sócia da HiPartners, o primeiro Venture Capital brasileiro focado em Retail Techs, e este é o assunto de parte considerável deste episódio. Em outro momento da conversa, e por ocasião do Dia Internacional da Mulher, a executiva ressalta que, às vezes, o mercado financeiro pode, sim, ser difícil para uma liderança feminina. Mas Flavia Pini observa que não quer ser reconhecida pelo gênero; antes, pela competência.

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Podcast 789 – Leandro Torres: “Falta gente para executar projetos em transformação digital”

No episódio desta semana, nosso convidado é Leandro Torres, fundador e CEO da BePRO Institute, startup especializada na formação de talentos na área de Tecnologia, e da Smart Coding Lab, empresa de desenvolvimento de aplicações low-code, as ferramentas intuitivas que reduzem ou dispensam o trabalho de desenvolvedores tradicionais. Na entrevista, além de recuperar sua trajetória profissional, Torres fala sobre a atuação da BePRO Institute, inciativa que tem por objetivo desenvolver em poucas semanas pessoas em busca de recolocação profissional ou mesmo à procura do primeiro emprego no mercado de tecnologia. O executivo alerta: é fundamental que as empresas enxerguem a falta de talentos nesse segmento como um desafio concreto. 

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Podcast 788 – Uana Nascimento: Sem perder o timing: a hora dos relógios minimalistas

Criada em 2020, a Saint Germain Brand rapidamente se estabeleceu como uma das marcas mais desejadas do seu segmento, oferecendo um produto improvável numa época de smartphones e de smartwatches: um relógio minimalista. De acordo com Uana Amorim Nascimento, empreendedora e fundadora da Saint Germain Brand, a ideia surgiu ao descobrir que não havia no Brasil relógios com essas características. Em entrevista ao nosso Podcast, Uana fala a respeito da estratégia da marca, que investe pesado nas mídias sociais e no trabalho com influenciadores digitais, e comenta os planos para 2024: abrir mais lojas físicas e aumentar o faturamento.

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Capítulos de uma história que ninguém nunca contou

A conversa necessária sobre o mercado editorial no Brasil precisa incluir a formação de novos leitores

                                                    Por: Sílvio Testa

Em qualquer mercado, seja qual for o seu tamanho, existem regras e exigências que serão as mesmas, conforme critérios já estabelecidos pelas grandes empresas. No mercado editorial, isso não é diferente. Mas tem outro elemento que merece destaque: é necessário formar novos leitores.

Com base na pesquisa “Panorama do consumo de livros – um estudo sobre o perfil e hábitos de compradores de livros no Brasil”, realizada pela Nielsen BookData em parceria com a Câmara Brasileira do Livro (CBL), divulgada em dezembro de 2023, os números apresentados dão conta de um negócio em crise há mais de uma década — agravada com o fechamento das redes de livrarias mega stores. Para que se tenha ideia do cenário, apenas 16% da população brasileira, grande parte da classe C, são considerados leitores versus 84% que alegaram não ter comprado nenhum livro nos últimos 12 meses – ainda que entendam o hábito de leitura como atividade importante.

Será que os argumentos apontados pelos “não-leitores”, como preço, ausência de lojas e falta de tempo, podem desmotivar a compra de livros? Sem dúvida!

Então, isso significa que estamos diante de um grande público em potencial? Tenho dúvidas!

O business do livro é percebido como fácil para novos entrantes. Só que produzir uma obra, divulgar, distribuir, vender e viver financeiramente são capítulos de uma história que quase ninguém costuma contar.

Os custos de operação no mercado editorial

O preço de uma publicação é composto levando em conta os seguintes custos:

  • Manutenção da empresa (os famosos boletos);
  • Serviços editoriais e despesas com divulgação (são pessoas que fazem os livros); g
  • Gráficas para impressão (vale ressaltar que apenas uma empresa fornece papel no Brasil);
  • Tiragem (no caso de uma editora de pequeno porte, a edição pode chegar a, no máximo, 1500 exemplares);
  • Todos os descontos e encargos de distribuição para fazer com que o livro chegue nas mãos do leitor.

Segundo a pesquisa citada acima, uma parte dos leitores prefere fazer suas compras pelas lojas online, pois procuram bons preço e comodidade. Outro grupo opta pelas livrarias físicas, atrás de novidades, além de encontrar aquela obra que ouviu falar ou que lhe foi recomendada (ainda assim, as livrarias físicas também estão presentes na internet).

Em outras palavras, seja impresso ou no formato digital, de e-book ou audiobook, o acesso ao livro hoje é muito fácil.

Internet e sua escassez de tempo

Há outro componente que merece atenção. O tempo sempre foi um bem muito escasso. E agora sentimos isso com mais intensidade, uma vez que esse ativo está totalmente atrelado ao pacote de dados que consumimos todos os dias, tanto nas redes sociais ou nas plataformas de streaming, que cada um dos usuários desliza pela tela do seu dispositivo móvel. 

Formar novos leitores não é uma tarefa fácil. Exige um planejamento educacional em que o livro seja o protagonista no desenvolvimento de um cidadão consciente. Mesmo com a retomada das compras governamentais, em 2018, de livros literários para alunos das escolas públicas de todo o Brasil, estamos muito longe de um cenário ideal para mudar o resultado de uma pesquisa como essa. Com tantas demandas urgentes, um projeto de um país leitor está longe de se tornar a pauta do dia.

Silvio Testa é fundador e publisher da Editora Instante

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Crepúsculo dos Deuses

Crepúsculo dos Deuses e o Marketing das Franquias no Cinema

Numa época em que a fórmula de marketing das franquias cinematográficas parece ter se esgotado, o ano de 2023 pode ter sido o primeiro passo para uma nova direção na sétima arte

                                                                                por Luís Villaverde

É cedo para dizer, mas acho que podemos resumir o cinema no ano de 2023 em uma palavra: transição. Todo tipo de constatação abrangente como essa corre o risco de cometer algum tipo de injustiça, seja deixando coisas de fora, seja interpretando outras por um viés restrito. Não, não é uma definição perfeita nem categórica, mas acho que ela pode nos ajudar a compreender quais foram as transformações pelas quais passaram o cinema neste ano.

          Em primeiro lugar, o “sistema” hollywoodiano foi bastante abalado. Uma série de estrondosos fracassos de bilheteria podem ter lançado luz sobre o esgotamento de todo um sistema de produção e marketing das franquias. Ao menos desde 2010, o cinema americano foi marcado por aquilo que se convencionou chamar de Era das Franquias. O estúdio que se tornou símbolo desta tendência foi, claro, a Disney, mas todos os estúdios hollywoodianos de uma forma ou de outra tentaram aderir a essa tendência, com variados graus de sucesso.

 Desvendando o marketing das franquias

Resumidamente, o filme de franquia coloca a marca acima de tudo. É ela que deve ser trabalhada e protegida, em detrimento de todas as outras coisas, inclusive dos filmes em si. Marvel, Pixar, DC, Velozes e Furiosos etc. A febre por universos cinematográficos, com múltiplos filmes, séries e games conectados entre si numa grande narrativa é o principal recurso estático da Era das Franquias, que parece ter chegado em sua fase metalinguística (pós-moderna?) com a ênfase em multiversos, com múltiplas variações e iterações de uma mesma franquia/personagem. Além disso, reconhecimento de marca (Brand Recognition) passa a ser Ela também marca, uma tendência que por vezes foi chamada de “a morte do astro de cinema”. O público não iria mais ao cinema por conta de um nome ou rosto reconhecido no pôster, mas sim pelo personagem.

Esse fenômeno fica claro quando vemos que os filmes do Thor ou do Capitão América são tremendos sucessos, mas os filmes dos astros que os interpretam – Chris Hemsworth e Chris Evans – são completamente ignorados. Filmes de franquia são caríssimos, não só pelos custos de produção e efeitos visuais, mas principalmente por conta do marketing.

          São filmes globais, que miram mercados internacionais, principalmente o chinês, e que, por isso, precisam apelar para um número gigante de pessoas de culturas diferentes. A mensagem tem que ser simples, clara, e facilmente vendida em uma campanha publicitária. Efeitos visuais impressionantes e coloridos certamente ajudam neste processo, assim como uma estrutura modular, com trechos e passagens dos filmes que podem ser alterados, substituídos ou mesmo retirados totalmente, como forma de se adequar a outros mercados e públicos. Por fim, obviamente, a marca reconhecível já faz por si só metade do trabalho de chegar ao consumidor final. Por isso que os últimos anos também foram marcados por continuações, remakes, reboots e legacy sequels, como as de Indiana Jones, Star Wars e Caça-Fantasmas. E, até então, o modelo funcionava. Repetidamente, os filmes da Marvel (hoje, mais de 30, sem contar os seriados de TV) batiam recordes de bilheteria, assim como remakes em live action de clássicos desenhos da Disney. E, no entanto, em 2023, estes filmes fracassaram.

          Homem Formiga e Vespa: Quantumania (Disney/Marvel) foi um fracasso de bilheteria e de crítica, e Guardiões da Galáxia Vol. 3, apesar de ser um sucesso de público e crítica, e ter lucrado, fez menos dinheiro que os episódios anteriores. Da DC/Warner, The Flash e Besouro Azul foram “bombas” na bilheteria que só seriam suplantadas pelo estrondoso fracasso de Indiana Jones e o Chamado do Destino (Disney/Lucasfilm) e As Marvels (Disney/Marvel). O décimo Velozes e Furiosos, apesar da bilheteria, não lucrou, e teve uma recepção morna, para não dizer, indiferente. Podemos ainda citar outros fracassos como Shazam! A Fúria dos Deuses e Transformers: O Despertar das Feras. A sobrevida das extensões dessas franquias em streamings também não foi das melhores. Para um meio tão dependente de “buzz”, quase ninguém falou das produções da Marvel neste ano, e muito menos da Lucasfilm (Star Wars).

Barbie e Oppenheimer: o fenômeno Barbenheimer

Surpreendente mesmo foi o sucesso estrondoso de Barbie, de Greta Gerwig; e Oppenheimer, de Christopher Nolan. O segundo é notável por ser um longa dramático, de três horas de duração, cujo assunto é, principalmente, física quântica. Apesar de um elenco recheado de astros de cinema, o papel principal, não é. Cilian Murphy é, sem dúvida, um ator conhecido, principalmente da TV (graças à série Peaky Blinders), mas é longe de ser um astro como Robert Downey Jr, que interpreta seu rival no filme. Além disso, a campanha de marketing das franquias foi focada fortemente em Christopher Nolan, o seu diretor/autor, pois não há uma franquia ou marca para ser trabalhada. O filme fez quase 1 bilhão de dólares nas bilheterias, e as vendas de BluRay estão esgotando os estoques. Isso se contrapõe a toda a narrativa dos últimos anos, de que o público não só não consome filmes originais, como tampouco consumiria filmes nos cinemas, que seriam ocupados somente por filmes de franquias voltados a crianças e adolescentes – isso sem mencionar o fato de que muitos decretaram a morte da mídia física.

          Barbie é igualmente notável. A princípio, é um filme de franquia. Barbie é a marca de bonecas mais famosa do mundo, e as bonecas impactaram ao menos três gerações de mulheres no mundo inteiro. Todo mundo sabe o que é uma Barbie. E, no entanto, a diretora e roteirista Greta Gerwig conduziu a super-produção (que custou bem menos que um filme da Marvel ou da DC, no entanto) da mesma forma como dirigia seus pequenos filmes independentes, como Frances Ha e Little Women. Tem sido uma tendência da indústria da franquia audiovisual contratar diretores oriundos do cinema independente para tocar super-produções – é o caso de James Gunn, Taika Waititi, Jon Favreau etc. Ao usar diretores inexperientes em super-produções, mas com talento para atores, os executivos conseguiam exercer mais controle sobre toda a linha de produção de um filme, em especial no roteiro e efeitos especiais. Na contramão disso, Gerwig fez seu filme com poucos efeitos especiais digitais e muito mais liberdade criativa. Tendo em vista que Barbie se tornou o maior sucesso comercial do ano, não é de se espantar que o fenômeno Barbenheimer tenha surpreendido – e, talvez, assustado tanto – os executivos.

Taxi Driver, impossível nos dias de hoje

Nos anos 1960, Hollywood entrou em uma crise profunda. Seus filmes não davam mais o retorno que davam antes, e o público migrava cada vez mais para a televisão. Regida por um rígido código de censura moralista, o infame Código Hayes (que, além de interditar nudez, palavrões, sexo, proibia que personagens corruptos ou mesmo ambíguos existissem e triunfassem nos filmes), o cinema hollywoodiano passou a ser algo tosco, canhestro e cafona, principalmente diante de uma nova geração que celebrava os primeiros passos da “youth culture”. Poesia beat, rock’n’roll e os primeiros passos da contracultura, que se mesclaria com a revolução sexual e a legislação dos direitos civis acentuou a defasagem de Hollywood em relação ao resto dos Estados Unidos. Isso ficou claro quando filmes estrangeiros, esses sim realmente transgressores e em sintonia com as tranformações culturais do mundo ocidental, começaram a lucrar mais que o cinema de Hollywood. Falo aqui dos filmes de Jean Luc Godard, François Truffaut, Pier Paolo Pasolini, Ingmar Bergman e tantos outros mestres europeus. Desesperados, os estúdios logo passaram a contratar uma nova geração de executivos, que encontrassem um jeito de renovar o próprio cinema americano. Deles, dois se destacam: Alan Ladd, Jr. e Robert Evans. Os novos executivos tinham que buscar talento em lugares inusitados, fora do circuito tradicional. Evans, por exemplo, fez a manobra ousada de contratar um jovem rebelde da primeira turma da faculdade de cinema da USC (University of Southern California), e deu liberdade total para que esse jovem – Francis Ford Coppola – tocasse a adaptação de grande orçamento de um bestseller: O poderoso chefão, de Mario Puzo. O resto, bem, é história – no caso, a da Nova Hollywood, a geração de Coppola, Martin Scorsese, William Friedkin, Michael Cimino, Robert Altman, Peter Bogdanovich, Monte Hellmann, James Toback, Steven Spielberg, Brian De Palma e George Lucas, para citarmos somente alguns.

          Os filmes desses diretores iam no sentido contrário de tudo que víamos até então, libertados das amarras do Código Hayes, que deixou de vigorar em meados dos anos 1960. Seus filmes revisaram e atualizaram gêneros clássicos, como o filme de gângster, o drama, o horror, o policial e musical, mas sempre trabalhando numa chave em profundo diálogo com tendências vanguardistas e moralmente complexas e ambíguas. Basta pensar em um personagem como Travis Bickle (Robert De Niro), o protagonista de Taxi Driver, de Scorsese. Impossível nas décadas anteriores – e praticamente impossível, no cinema mainstream, hoje.

          A Nova Hollywood também entrou em decadência. Filmes de Scorsese, Friedkin e, principalmente, Michael Cimino, fracassaram estrondosamente nas bilheterias. Tal fracasso foi pareado por uma onda de novos blockbsuters, como filmes catástrofe e de ficção-científica – no caso, Star Wars, de George Lucas. É o começo do cinema blockbuster contemporâneo, que se transformaria no cinema high concept nos anos 1980 e 1990 (o termo é de Justin Wyatt) – neles, o marketing das franquias é o mais importante, e não é de se surpreender que Hollywood tenha renovado seu talento criativo com diretores oriundos da publicidade e dos videoclipes: é a geração de Tony Scott, David Fincher, Michael Bay, Zack Snyder, Dominic Sena, Antoine Fuqua. Filmes estilosos, com trilha sonora pop licenciada e tramas geralmente simples, facilmente aproveitadas pelo marketing das franquias. Isso, somado ao sucesso blockbuster de Batman, de Tim Burton, e os filmes de Star Wars, e temos a gênese do atual cinema de franquia – que parece estar mostrando sinais de cansaço.

          Com isso, não quero dizer que teremos uma Nova-Nova Hollywood. A história não se repete, nem mesmo no cinema. Hoje em dia, não temos só a televisão e o rádio, mas podcasts, redes sociais, Tik Tok, streamings. Um mundo muito mais globalizado e, por vezes, homogeneizado. Não temos uma contracultura – talvez, uma “microcultura”, como diz o crítico Ted Gioia. Não vivemos a era das grandes meta-narrativas, nem mesmo a da sua dissolução – vivemos em um mundo muito mais fragmentado, que tem seus meios de produzir suas próprias meta-narrativas e realidades paralelas.

          Além disso, a Era das Franquias gerou bilhões de dólares de uma maneira extremamente consistente por mais de uma década. Não são alguns fracassos que vão parar a máquina, nem mesmo quando contrastado com o sucesso pontual e surpreendente de alguns filmes de “autor”. É cedo para dizer, ainda mais tendo em vista que teremos um status quo novo em Hollywood, após as longas greves de roteiristas (do WGA, o Writers Guild of America) e dos atores (o SAG, Screen Actors Guild).

O avanço da Inteligência Artificial  e a força do “conteúdo”

Afora isso, temos a própria questão tecnológica. Ao longo de 2023, muito se comentou a respeito do avanço da IA (Inteligência Artificial), principalmente para classes artísticas, políticas e jornalísticas. Ferramentas como o ChatGPT e Midjourney abalaram diversas profissões com a ameaça de substituir artistas visuais e da palavra, tanto que a IA foi uma constante nos protestos dos roteiristas e atores de Hollywood. Mas também devemos olhar para outra palavra que conquistou de vez os holofotes: conteúdo.

          “Conteúdo” se tornou um termo polêmico. O termo em si, no contexto cultural, surge no meio tecnológico de gigantes como a Microsoft e o Google. Com a ascensão de redes sociais como o Twitter (atualmente X), Facebook e YouTube, o usuário da rede também se tornou um produtor de conteúdo, seja ele vídeo, um post longo no Facebook, uma foto no Instagram ou um microblog no Twitter. Logo, a palavra se expandiu para o cinema, a TV e a música. Junto a ela, também passamos a escutar muito sobre “retenção de espectador”, “algoritmos”, “pipeline” e, claro, nossa velha conhecida: “brands”. É um vocabulário corporativo das gigantes de tecnologia. Martin Scorsese, em 2021, atentou para o fato de como chamar cinema de conteúdo termina por desvalorizar a arte. Segundo ele, cinema não é só um contêiner de mensagens e narrativas; arte, pelo contrário, possui uma riqueza de significados e sensações, não tão facilmente captáveis com “conteúdo”. Já Guillermo Del Toro apontou que “pipeline” – linha de dutos, em tradução literal, termo que remete ao cronograma e calendário de produção, pós-produção, marketing das franquias, lançamento e distribuição de filmes e séries – é um termo que geralmente é aplicado para gasodutos e esgotos. Segundo ele, filmes, TV e música não podem ser simplesmente despejados sobre o espectador, pois isso também desvaloriza a arte. Artistas como Matt Damon, Tilda Swinton, Christopher Nolan e Quentin Tarantino, para citarmos alguns, também expressaram desgosto diante dessa postura e da infiltração desse vocabulário corporativo em um meio artístico.

          Pode parecer mera birra de artistas ricos e consagrados –  e velhos – diante dos inevitáveis avanços da tecnologia e progresso da sociedade. Mas eles têm razão. Arte é uma forma de comunicação profunda, que requer paciência, tempo e concentração. Em uma era hiperconectada e com déficit de atenção, o que esses cineastas estão falando é praticamente uma declaração de guerra. E filmes como Oppenheimer, Barbie, assim como Assassinos da Lua das Flores, Napoleão, O Assassino – e mesmo o sucesso autoral de James Gunn em Guardiões da Galáxia Vol. 3 podem apontar para o fato de que o espectador também esteja se cansando do modelo de streaming, de home viewing e da produção padronizada e sem sabor, ditada por algoritmos e todo aquele vocabulário corporativo vazio. É difícil saber se os streamings estão passando por uma crise, uma vez que há pouca transparência em relação a dados de audiência, mas, diante de mudanças drásticas, como aumento generalizado de cobrança, diversificação do catálogo, diminuição no ritmo de lançamentos, e a entrada de publicidade na programação (e, na verdade, a própria adesão a um modelo de programação mais tradicional) apontam para o fato de que, talvez, nem tudo vá bem no Vale do Silício.

          Quando unimos essas duas tendências – a Era das Franquias e do Conteúdo – um retrato aparece. Nas telonas, tivemos uma proliferação de blockbusters de super-heróis e de outras grandes franquias, com tramas simples repletas de efeitos especiais e tendo em mente um público jovem. Isso fez com que gêneros tradicionais e consagrados, como policial, thriller, drama, romance, comédia (cada um com seus subgêneros e variantes) praticamente desaparecesse das salas de cinema. Claro, ainda há os filmes independentes, de distribuição restrita, mas estes gêneros, outrora comuns e populares, migraram para a TV e streamings. Seja na forma de filmes exclusivos, ou de seriados e minisséries, o fato é que o cinema voltado para adultos, e de orçamento mid-budget não encontra mais espaço nos principais cinemas. Personagens ambíguos e complexos, inseridos em tramas moralmente ambivalentes, como os que tínhamos nos filmes da Nova Hollywood, são encontrados hoje em personagens como Tony Soprano (Família Soprano), Walter White (Breaking Bad), Don Draper (Mad Men) e a família Roy (Succession). Mas estas séries, no entanto, são a exceção. A ascensão do “conteúdo” gerou um achatamento estético, temático, narrativo e, principalmente, imaginativo. A proliferação de expressões e terminologia corporativa e comercial no jornalismo especializado, nas resenhas e mesmo nas bocas de diretores e atores, em entrevistas, se tornou mais comum do que a discussão dos méritos artísticos e estéticos. O resultado dessa união é a sensação de um empobrecimento geral da arte.

          Cinema e TV, mais do que qualquer outra arte, representam o ápice da relação entre Arte e Comércio. Raramente as duas coisas andam juntas, mas os altos custos de produção nestes meios exigem o comercialismo, seja na forma de marketing das franquias, seja na distribuição, seja na escolha de temas, roteiros, histórias e interferências de executivos de toda sorte. Isso não é novo. Mas, como tentei apontar, esse cabo de guerra às vezes fica mais para um lado do que para o outro.

O curioso de um momento como o da Nova Hollywood é que não é simplesmente que o campo da Arte venceu – os filmes desse período foram, em geral, grandes sucessos comerciais. É como se executivos e cineastas tivessem resolvido a “equação completa do cinema” (palavras de F. Scott Fitzgerald). O fato é que atualmente, na Era das Franquias, o comércio encampou sua vitória. Mas é um campo que parece estar mostrando sinais de cansaço, ainda mais diante da força renovada do outro campo. Neste ponto, 2023 me parece ser o primeiro sinal de uma transição, de uma nova passagem. Quem comandará isso, e como isso se dará, é muito cedo para dizer, ainda mais quando vivemos em um “ecossistema” midiático muito mais complexo e multifacetado. Mas que uma mudança está ocorrendo, creio que não restam dúvidas.

*Luís Villaverde é cineasta, roteirista e escritor. Para mais textos do autor.

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A arte de fazer perguntas a nós mesmos e não a inteligência artificial

Por Miguel da Hora

Desde o início deste ano, o estrondoso sucesso do ChatGPT introduziu a IA à percepção pública de uma maneira nunca antes vista, desencadeando uma série de discussões e questionamentos. Seremos superados pela inteligência artificial?

Como utilizar essas ferramentas nas escolas? Elas são aliadas ou precursoras das Fake News? Estamos navegando por águas ainda não totalmente mapeadas, com uma proximidade quase desconfortável entre desafios e oportunidades.

Inteligência artificial na era moderna

Buscando algumas dessas respostas acima, fui convidado para participar da Reunião Anual de Novos Campeões do Fórum Econômico Mundial na China, evento que congrega líderes globais de pensamento, inovadores e visionários para traçar o futuro da tecnologia.

As diversas perspectivas compartilhadas lá reforçaram em mim a convicção de que, apesar dos desafios que enfrentamos, ainda há uma grande esperança.

No entanto, tal otimismo requer um esforço conjunto e co-criado entre diferentes atores sociais, garantindo assim o desenvolvimento seguro e benéfico deste panorama tecnológico para toda a sociedade.

O que desperta minha preocupação é que, ao retornar ao Brasil, as discussões recentes parecem distantes deste cenário promissor que menciono com otimismo.

Na última semana, por exemplo, o debate em torno das IAs ganhou força devido a dois lançamentos significativos: o Bard do Google, visto por muitos como o principal concorrente do ChatGPT, e a nova empresa de Elon Musk, a xIA, que promete uma inovação no formato de integração com o Twitter.

4 tipos de inteligência artificial

Jasper

É um gerador de conteúdo por meio de inteligência artificial que auxilia na produção de textos para os mais variados nichos e públicos. Além da rapidez, também é bastante eficiente para criar campanhas de marketing.

Dall-E 2

Pensando mais na parte visual, esse mecanismo permite a criação de imagens e obras artísticas com apenas uma breve descrição do autor. Além disso, é possível definir todo o estilo da imagem, conceitos e atributos, quanto mais informação passada, mais detalhada será a imagem criada pela inteligência artificial.

Fireflies

Responsável por ser um assistente corporativo, a plataforma possui um direcionamento específico no quesito anotações de pontos importantes de conversas no momento da reunião. A ferramenta possui um plug-in que se encaixa nas principais plataformas de reuniões digitais e administra a sua agenda.

Onemeta

Ferramenta que possui o objetivo de auxiliar empresas que buscam a expansão internacional, a IA é responsável por traduzir idiomas simultaneamente.

Mais uma vez, o resultado desses lançamentos nos levou a mais do mesmo. Uma internet em polvorosa repleta de “entrevistas” com IAs e inundada por uma enxurrada de posts prometendo truques para extrair o máximo da IA para transformar sua vida de maneira milagrosa, sem sair de casa.

Essa abordagem passa a impressão de que seguimos em direção a um beco sem saída, um reforço de viés e de limitação no processo de experimentação tecnológica por parte massiva dos usuários.

Cenário esse que se mostra ainda mais preocupante considerando que vivemos num país que é impulsionado ao acesso pelas políticas de inclusão digital, mas falhou na real inclusão ao não entregar o letramento tecnológico necessário para as pessoas.

China e seu extenso debate a respeito da IA

Após participar de debates com líderes de diversos segmentos da sociedade, todos unidos pela preocupação de discutir a relação entre Inteligência Artificial e humanidade.

Pude testemunhar exemplos de governos que estão construindo estruturas públicas com o intuito de disseminar o acesso tecnológico a toda população

Regulamentações que, mais do que simplesmente buscar controlar a IA, estão pensando em como moldar uma sociedade coexistente e beneficiada por ela.

Empresas estão abrindo a própria tecnologia, buscando garantir um desenvolvimento mais próspero e inclusivo da sociedade. E estruturas educacionais estão sendo revitalizadas e potencializadas pelo uso da tecnologia, totalmente aberta para as pessoas.

Tecnologia nas mãos certas

Isso tudo são amostras inspiradoras do que pode ser alcançado quando a tecnologia é guiada por visões humanizadas e inclusivas. A chave para isso reside no estímulo as interações superficiais com os chatbots, que, por mais avançados que sejam, não substituem o debate humano.

Vivemos em um momento crucial, quando estamos moldando a convivência entre humanos e inteligência artificial. Porém, não basta simplesmente utilizar a IA, é preciso compreendê-la, questioná-la e moldá-la de acordo com os princípios de inclusão e benefício mútuo.

A inteligência artificial é poderosa, mas o uso ético depende das perguntas que fazemos não só a ela, mas a nós mesmos.

*Miguel da Hora é professor de novas tecnologias e habilidades para o futuro no colégio Albert Sabin, além de mestre em Design e Tecnologia Emergente pela Universidade Anhembi Morumbi e pós graduado em Gestão de Inovação Social pelo Instituto Amani. Tem um histórico de mais de 10 anos de produções nos campos da robótica, wearables, fabricação digital e Internet das Coisas.


No primeiro semestre de 2023, o episódio 744 do Podcast Rio Bravo abordou o tema do impacto do ChatGPT a partir de uma perspectiva mais crítica. A íntegra da entrevista com Fernando Osório, docente do Instituto de Ciências Matemáticas e Computação da USP

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