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Bons resultados das empresas no segundo trimestre

Apesar da elevada inflação e o aumento da taxa de juros, os resultados da maioria das empresas do Ibovespa ficaram acima das expectativas.

A temporada de balanços corporativos referentes ao segundo trimestre de 2022 terminou. Apesar de uma situação macroeconômica que continua preocupando o mercado, especialmente a elevada inflação e o aumento da taxa de juros, os resultados da maioria das empresas do Ibovespa ficaram acima das expectativas.

As semanas de temporadas de resultados foram marcadas por uma série de eventos e dados econômicos que deixaram as bolsas tanto locais quanto de lá fora mais voláteis. Um dos principais eventos foi a reunião do Federal Reserve nos EUA, que elevou em 0,75 p.p. da taxa de juros americana.

Como já estava esperado pelo mercado, passando, assim, de 2,25% para 2,50%. Além disso, o discurso do presidente Jerome Powell foi visto como dovish, pois ele disse que a economia americana já começa a dar sinais de desaceleração, muito embora isso ainda não tenha refletido nos dados de trabalho e inflação.

No Brasil, o Copom elevou os juros em 50bps, em linha com o esperado pelo mercado, levando a Selic para 13,75%. Na declaração pós-reunião, o Comitê reconheceu que a inflação continua alta e que a atividade econômica se expandiu durante todo o segundo trimestre, com a recuperação do mercado de trabalho mais forte do que o esperado anteriormente.

Mesmo assim, em agosto, o Ibovespa teve alta relevante de cerca + 9,4% MTD. Em parte, esse movimento da bolsa espelha os resultados das empresas no segundo trimestre, já que entre 60%-70% das empresas reportaram um Ebitda acima das expectativas do mercado, enquanto 15% vieram em linha. A receita das empresas da bolsa, na comparação anual, cresceu 17% a/a, especialmente impulsionada pela alta da inflação. Essa alta da receita, porém, não se refletiu nos resultados operacionais e de lucro líquido.

A margem Ebitda amargou forte queda, de 2 p.p. na comparação anual, devido às pressões macroeconômicas nos custos das empresas. Além disso, ao longo dos últimos meses, o aumento das taxas de juros fez crescer as despesas e os custos financeiros, impactando, assim, a rentabilidade das companhias e causou uma redução de margem líquida de 9 p.p.

Destaques dos setores e empresas

Saúde: (HAPV3) A Hapvida apresentou resultados positivos no segundo trimestre, com lucro líquido ajustado de R$241M. Vemos positivamente o aumento de 139 mil beneficiários registrado pela Hapvida no trimestre, puxado não apenas pelo desempenho orgânico de HAPV e GNDI, mas também pelo amadurecimento da solução nacional (novo produto oferecido após fusão da Hapvida e Notredame), que contribuiu com 40 mil beneficiários. Outro ponto positivo foi a redução de 2,6p.p. na sinistralidade em relação ao primeiro trimestre de 2022. Ponto negativo: as despesas que aumentaram em parte devido à fusão entre Hapvida e GNDI.

(HYPE3): A Hypera apresentou fortes resultados, com lucro líquido de R$456M. A receita líquida aumentou 26% A/A, principalmente puxado por um aumento de 25% no sell-out orgânico. A margem EBITDA ajustada cresceu 1,4 p.p., resultado da contínua captura de sinergias de aquisições recentes.

Financeiro: (ITUB4) Itaú apresentou resultado positivo fruto de uma Margem Financeira (NII) mais forte que o esperado (+20% A/A), que levou o lucro líquido a atingir R$ 7,6 bilhões e superou as estimativa do mercado. O ponto negativo foi o ligeiro aumento da inadimplência para 2,7%, ainda que abaixo dos pares.

Logística: (RAIL3) O resultado do segundo trimestre da Rumo ficou um pouco acima da expectativas. Mais precisamente, a receita líquida consolidada foi de R$ 2,5 bilhões (+11% a/a; em linha com o mercado), enquanto o EBITDA foi de R$ 1,2 bilhão (EBITDA ajustado +4% a/a, 3% acima do consenso), implicando uma margem de 49% (vs. consenso da Bloomberg de 48%). Por fim, registrou lucro líquido de R$ 30 milhões (vs. R$ 314 milhões um ano passado). O montante transportado aumentou 4% a/a para 18,7 bilhões de TKU, com os volumes agrícolas crescendo 4% e os industriais 7%. Já a tarifa média subiu 6% a/a. Com isso, a margem EBITDA da operação Norte atingiu 55%, ainda impactada com os maiores custos de combustível. Enquanto isso, a margem EBITDA da operação Sul foi de 29% (-970bps a/a), impactada pela maior inflação de custos e menor alavancagem operacional. Em termos de volumes, a divisão Sul caiu 33% a/a, refletindo a quebra da safra de soja, enquanto a divisão Norte cresceu 15% a/a.

Energia: (RAIZ4) A Raízen reportou resultados gerais muito fortes com EBITDA de R$ 3,7 bilhões, crescendo 55% a/a, e superando o consenso em 17%. O resultado foi totalmente explicado por melhores margens nas operações de M&S no Brasil e no exterior. As margens de M&S do Brasil de R$ 156 milhões atingiram um recorde (superando os pares). Essa margem se beneficia de um melhor mix de produtos (menor etanol), boas margens de sourcing internacional e ganhos de reavaliação de estoque. O EBITDA de renováveis e açúcar ficou 10% abaixo das expectativas devido aos custos acima do esperado. Estes, por sua vez, foram parcialmente compensados por preços fortes, alavancados nas exportações de etanol.

Evandro Buccini, sócio e diretor de Renda Fixa e Multimercados da Rio BravoFrancesco Pasino, Analista de Renda Variável da Rio Bravo.

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