“Um roteiro e certo barulho desnecessário” por Gustavo Franco
A segunda melhor notícia do mês de junho foi no dia 14, quando a S&P anunciou que colocou o rating brasileiro em perspectiva positiva. A primeira foi a do PIB, de que trataremos a seguir. Sobre o rating, vale notar, de pronto, que ainda não é o upgrade, e que faltam dois degraus para se chegar ao “nível de investidores qualificados”.
Tivemos apenas o anúncio de que haverá uma revisão e com viés de alta. Ainda será preciso esperar que se confirme ao longo dos próximos seis a oito meses, que é o tempo médio entre a perspectiva e a efetiva alteração do rating, mas é dado como certo que vai acontecer, a menos que surja alguma surpresa muito ruim, o que, infelizmente, nunca se pode descartar.
Assim sendo, o normal é que a classificação de risco do país suba um degrau para o BB (hoje é um BB-). Tudo correndo bem, havendo boas “entregas”, como se fala na gíria corporativa, outra perspectiva positiva pode vir talvez ainda em 2023, inclusive das outras agências, mas com mais chance em 2024, como prenúncio ao grau de investimento (no nível mínimo, que começa no BBB-) ao longo de 2025.
É evidente que muita coisa precisa acontecer, e do jeito certo para esse trajeto se confirmar. Mas é de se ter claro que essa dinâmica virtuosa do rating é absolutamente essencial para organizar a direção da política econômica e, mais especificamente, para afinar a viola entre o governo e o mercado.
Sinais positivos de recuperação no crédito privado
Os sinais positivos de recuperação da classe de ativo de crédito privado continuaram ao longo do mês de junho. O nível de resgaste reduziu consideravelmente em mais de 40 fundos de crédito privado com resgate até D+45, saindo de um patamar de captação líquida negativa de ~R$ 3,0 bilhões nos últimos meses para ~R$ 1,2 bilhões em maio e ~ R$ 756 milhões em junho. Os spreads das debêntures corporativas continuam no ritmo de queda com destaque a forte recuperação dos papéis AAA com duration mais curto, conforme as curvas publicadas pela ANBIMA entre os dias 30/ maio/23 e 29/junho/23
Fundos imobiliários: o retorno ao radar dos investidores qualificados
No mercado de fundos imobiliários (FIIs), o primeiro semestre de 2023 foi marcado principalmente pelo impacto que a proximidade do ciclo de afrouxamento monetário trouxe para essa modalidade os investidores qualificados.
Com um horizonte mais claro sobre o início da queda das taxas de juros, vimos um otimismo para os ativos de risco, como os FIIs, e uma melhora na precificação das cotas no mercado secundário.
El Niño
Recentemente, o fenômeno El Niño tem recebido atenção significativa no mercado devido aos seus possíveis impactos em relação ao desempenho de diversos setores da economia. Esses impactos podem aparecer nas cadeias de transportes, na indústria extrativa e principalmente no setor agropecuário.
O evento é produto da mudança da temperatura das águas do pacífico – e, consequentemente, da alteração da dinâmica de ventos e de chuvas. Não se sabe ao certo o que causa o fenômeno, mas, de acordo com o NOAA (National Oceanic and Atmosferic Administration), é provável que já estejamos sob seus efeitos climáticos.
No Brasil, os efeitos do El Niño afetam as regiões da seguinte forma. No Sul do país, o volume de chuvas aumenta e as temperaturas caem. Nas regiões Norte e Nordeste, são registradas temperaturas mais altas e períodos mais intensos de seca. No Centro-Oeste e Sudeste, é comum que as temperaturas fiquem mais elevadas, embora os efeitos pluviométricos sejam incertos. Venha conhecer a Rio Bravo Investimentos
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