Trata-se da primeira pessoa transgênero sobre a qual existem registros na Espanha, e um dos casos mais antigos de transgeneridade registrado na Europa da Idade Moderna.
Nascida em Palma de Mallorca no início do Século XV, lhe foi atribuído o sexo masculino ao nascimento. E apesar de sua família ser abastada, possuindo um bom trânsito nas classes mais altas da sociedade maiorcana. Sua vivência única nos conta uma série de histórias, desconhecidas pela maioria das pessoas, mas dignas de serem contadas.
A transgeneridade na história: Margarida Borràs
Margarida é conhecida nos tempos atuais apenas por seu nome e, brevemente, por sua história. Mas infelzimente não há registros de sua aparência ou uma biografia que a descreva sem viés. Seus registros sobreviveram apenas nos livros de um padre, que são datados de meados do Século XV.
A primeira e mais notável dessas histórias é a existência de pessoas transgênero em todos os povos e em todos os períodos da história, mesmo os percebidos como os mais retrógrados e repressivos. Entretanto, não é correto presumir que a transgeneridade é um fenômeno recente e exclusivo do Ocidente.
Há uma miríade de histórias como a de Margarida, espalhadas por todos os continentes em diversos períodos. As hijras na Índia, as waria na Indonésia, as pessoas kathoey na Tailândia, as fa’afafine na Polinésia, bem como as lhamana na cultura Zuni, são todas manifestações de pessoas transgênero em lugares e momentos históricos diferentes.
Perseguição a pessoas transgênero
A segunda história é a de perseguição às pessoas trans, um fenômeno frequente mesmo nos dias de hoje, em pleno Século XXI. Os indivíduos transgênero ainda hoje sofrem com a perseguição, a discriminação e a violência, de maneira ainda preocupante e generalizada.
Embora estima-se que 70% de todos os homicídios de pessoas trans em todo o mundo ocorram na América Latina, sendo um terço do total global no Brasil (dados de 2021). Além disso, perseguição e a violência não são originadas exclusivamente pela sociedade civil.
Em alguns casos, os próprios governos a que estão submetidas estas pessoas são os agentes da violência, tornando-a institucionalizada. Infelizmente há muitos países no mundo que não reconhecem oficialmente a existência e os direitos das pessoas transgênero, espalhados principalmente pelos continentes asiático e africano.
Inspiração e referência para comunidade
A terceira história e a mais relevante de ser entendida aqui é a da própria Margarida Borràs. Por todo o contexto em que estava incluída, Margarida foi perseguida e executada pelas autoridades religiosas à época, para que servisse de exemplo para quem ousasse fazer o mesmo que ela: expressar abertamente quem se é por dentro.
Desde 2017 sua vida é celebrada na cidade onde ela viveu, e um prêmio em sua homenagem é concedido a pessoas notáveis que lutam pela diversidade e pela inclusão.
Sua história não acaba no fim: ela continua sendo vivida até os dias hoje por muitas pessoas trans em todos os cantos do mundo. Que não permitamos que esta história se repita.
Lembre-se: a diferença está no detalhe, empatia é fundamental e sempre é tempo de mudarmos nossa forma de pensar e agir.
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