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Podcast 667 – José Soares: “A música de concerto une as pessoas”

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Um dos momentos mais reveladores da entrevista que o maestro José Soares, regente assistente da Filarmônica de Minas Gerais, concede ao Podcast Rio Bravo se dá quando ele afirma que estaria satisfeito só de participar da edição de 2021 do Concurso Internacional de Regência de Tóquio, do qual ele saiu vencedor no último dia 3 de outubro.

“Eu havia comentado com o maestro Fabio Mechetti que eu estava interessado em participar do concurso. E prontamente o maestro disse que era importante que eu aproveitasse essa chance e me deu apoio pessoal e institucional. E eu confesso que estaria muito feliz se tivesse concluído apenas a primeira fase – no final, foram três – porque foi uma dificuldade muito grande, toda a burocracia necessária, os testes, todas as medidas exigidas para que eu pudesse participar… Eu não teria conseguido isso se não tivesse esse apoio não só da minha família e das pessoas próximas a mim, mas certamente do maestro Fabio Mechetti e da Filarmônica de Minas Gerais”.

A participação vitoriosa de José Soares, que tem 23 anos de idade, é um dos pontos discutidos na entrevista, exatamente porque é a conquista mais recente, mas é correto assinalar que outros aspectos da trajetória artística do regente assistente da Filarmônica de Minas Gerais também são abordados na conversa, como seu apreço pela música desde a infância e a decisão de seguir a música como profissão.

A origem familiar tem impacto nesse contexto. José Soares é filho de Ana Yara Campos, também regente musical. “Com três ou quatro anos, eu já tive a oportunidade de começar a cantar em coro e, no dia a dia da minha casa, a música fazia parte: não somente por conta do trabalho da minha mãe, mas, também, escutávamos gravações, CDs, DVDs. Várias vezes assistíamos à Filarmônica de Berlim sob a regência de Karajan”, recorda Soares, ao falar de sua infância.

O trabalho de um regente musical nem sempre é tão elementar assim para o público, muito embora a figura do maestro esteja sempre envolvida por histórias polêmicas e uma implacável imagem de poder, como mostrou, aliás, o autor Norman Lebrecht em seus livros sobre o tema (aos interessados, vale a pena conferir “O mito do maestro” e “Maestros, obras-primas e loucura”, dois livros que trazem à tona muitos detalhes pouco comentados da indústria da música). De sua parte, na entrevista ao Podcast Rio Bravo, José Soares compartilha um pouco dos bastidores de sua atividade profissional.

“A orquestra toca um repertório específico. E cabe ao regente atuar como uma espécie de arquiteto com mestre de obras. Ao organizar o material, assim como o músico estuda uma peça para executá-la no concerto, o maestro segue um processo de aprendizado e de interpretação, com a exceção que não produz os sons. Então, a preparação do maestro envolve a compreensão muito profunda da partitura aliada à capacidade de percepção do momento”.

Em que pese a segurança com a qual apresenta os elementos centrais do seu trabalho, não faz tanto tempo que José Soares é regente assistente da Filarmônica de Minas Gerais. “Eu regi muito mais horas de máscara do que sem máscara”, comenta. Exatamente por isso, a relação harmoniosa com o maestro Fabio Mechetti, diretor-artístico da Filarmônica, é fundamental. Nas palavras do entrevistado: “Ser regente assistente de qualquer orquestra é uma posição bastante privilegiada. No meu caso, além de ter muitas oportunidades práticas frente à orquestra, eu acompanho as semanas de ensaio com os maestros convidados e as semanas que o diretor artístico e regente titular da orquestra está à frente dos concertos. Trabalhar com o maestro Fabio Mechetti é, realmente, uma possibilidade de aprendizado muito grande. Não só pelos ensaios e concertos, mas também porque permite observar uma liderança numa instituição artística dessa envergadura. Eu procuro aproveitar sempre ao máximo”.

Para além dessa menção, Fabio Mechetti é citado em outro momento da conversa: “Antes de eu ir para o Japão, ele brincou comigo, dizendo: ‘vai, mas é para ganhar o concurso’. Procurei seguir a orientação do regente titular”, conta José Soares.

Mais para o fim da conversa, é possível ouvir o trecho que serve de título para o podcast. Questionado se a renovação do público de música de concerto é algo que particularmente preocupa um maestro jovem, José Soares faz uma defesa apaixonada desse tipo de manifestação artística. “O que é mais maravilhoso da música de concerto é que ela agrega idades. Em vez de separar o público entre mais jovem e aquele que já está, a música de concerto une as pessoas”.

A entrevista completa de José Soares ao Podcast Rio Bravo pode ser acessada a partir do link acima.

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