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Podcast 671 – Tatiana Assali: “A COP26 foi reconhecida de forma ampla pelo mercado”

podcast da rio bravo investimentos

Nas duas últimas semanas, o debate em torno das mudanças climáticas ganhou espaço nos meios de comunicação, o que é mais uma evidência da importância desse tema para a sociedade civil. Muita dessa discussão esteve relacionada à COP26, encontro que aconteceu em Glasgow, na Escócia, e reuniu lideranças políticas do mundo todo. Na avaliação de Tatiana Assali, que é líder da área de Programas em Finanças Sustentáveis na SITAWI, a COP deste ano foi amplamente reconhecida pelo mercado. A declaração da especialista está no Podcast Rio Bravo desta semana.

No início da entrevista, Tatiana Assali resgata a sua trajetória para contar como é que começou a se interessar por essa área de trabalho, que envolve sustentabilidade e a busca por melhores práticas das empresas em relação ao ESG. Nas palavras da entrevistada: “sempre trabalhei no mercado financeiro e depois fui para a área de relações com investidores. Então, juntei finanças com comunicação. Em 2014, decidi estudar sustentabilidade e na época e na época recebi uma dica sobre o Principles for Responsible Investments, o PRI. Então, apliquei para uma vaga no PRI, onde trabalhei por quase quatro anos. Faz um ano que estou nesta área de Programas em Finanças Sustentáveis na SITAWI, que tem como objetivo projetos de fomento ao mercado e implementação de melhores práticas sustentáveis no Brasil”.

Em certa medida, essa parte mais recente da história profissional de Assali se confunde com a ascensão do tema da sustentabilidade em geral, e da agenda ESG em particular, junto à opinião pública. De assunto de nicho, do qual só participavam especialistas, passou a ser uma conversa da qual todos têm de participar. Assali comenta essa transição: “As pessoas viam o tema finanças sustentáveis como algo de fora das análises econômico-financeiras e análises de ativos e de gestão. De 2014 até agora, essa mudança aconteceu gradualmente e se intensificou no ano passado”.

Logo em seguida, Tatiana Assali explica como os tópicos do PRI se articula com os pontos debatidos durante a COP26. “São seis princípios aspiracionais, mas que direcionam os investidores para a alocação de capital que nós chamamos de investimento responsável. Então, sim, existe alinhamento, pois enquanto a agenda da COP está focada em clima e meio ambiente, a ênfase do PRI está voltada para chegar em 2050 com uma economia mais inclusiva, mais sustentável, menos intensiva em carbono e mais justa.”

Neste ponto, ela defende a participação dos investidores no que se refere à agenda ESG. “Fazer parte de redes internacionais ou locais, que estão endereçando os temas relativos ao ESG é uma forma de os investidores ganharem conhecimento, entenderem para onde podem ir e poderem ver as melhores práticas a serem implementadas em seus portfolios e nos próprios mercados”.

Mas quais seriam essas melhores práticas? A pergunta não escapa em um momento que se tenta estabelecer quais os parâmetros mais adequados. Tatiana Assali comenta: “Depende muito da estratégia de investimento de cada um e tem muito a ver com a forma como é feita a gestão do ativo. Nesse sentido, independente de qual for a análise adotada (se é fundamentada ou se é fluxo de caixa descontada), o importante é entender qual é a melhor maneira de integrar essas informações, esses critérios relacionados ao meio ambiente, ao social e à governança no dia a dia. Esse novo conteúdo tem de ser agregado para a análise para fazer uma gestão de riscos e de oportunidades mais robusta – e o que nós temos observado é a existência de muitas oportunidades neste mercado.” Para a especialista, uma vez que são observados aspectos ambientais, sociais e de governança, o investidor tem uma visão mais holística dos ativos. “As melhores práticas dizem que observar esses aspectos, conhecê-los e trazê-los para a sua decisão é o que tem de ser feito – e é isso que nós temos visto não só aqui, mas globalmente”, complementa.

A despeito da urgência do tema, quisemos saber se o risco maior das empresas não é exatamente estabelecer projeções que não podem ser cumpridas de forma integral. “É um desafio porque nós vivemos um momento de transição. A jornada ESG não é algo que começa e acaba no curto prazo. É uma jornada de adaptação, de aprendizado e de inovação e tecnologia. Portanto, tem muita coisa que nós ainda não conhecemos, mas que pode ser a solução no futuro. O desafio das empresas é conseguir acompanhar as próprias metas e revisá-las e melhorá-las na medida em que houver possibilidade conforme a tecnologia e a inovação disponíveis no mercado. Por isso, a ideia da jornada, que é de aprimoramento e de crescimento.”.

No final da entrevista, Tatiana Assali fala de suas expectativas em relação ao resultado da COP-26, em meio às críticas de especialistas sobre falta de contundência do documento final. “Em outros encontros como este, eu não me lembro de ter visto capa de jornal, propaganda na televisão e empresas se posicionando em uma COP como aconteceu neste ano. A COP se tornou importante para o mercado como um todo, e não somente para quem estava envolvido com essa agenda. Se a opinião dos especialistas é de que mais pode ser feito, nós temos de ir nessa direção”.

A entrevista completa de Tatiana Assali ao Podcast Rio Bravo está disponível a partir do link acima.

Fabio Cardoso é jornalista e produtor do Podcast Rio Bravo

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