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Podcast 683 – Paulo Gama: Uma análise da corrida presidencial de 2022

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As eleições deste ano estão no centro da discussão pública no país. Já seria assim em condições normais de temperatura e pressão, mas em 2022 o assunto se tornou ainda mais urgente por conta do impacto da pandemia da Covid-19 e do desempenho econômico do Brasil. Com esse pano de fundo, as pesquisas de intenção de voto têm apontado o ex-presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, como favorito para a corrida presidencial, enquanto Jair Bolsonaro, atual presidente, está no limiar para chegar ao segundo turno. Mas será que essa situação está sacramentada ou há espaço para a chamada terceira via? Na edição 683 do Podcast Rio Bravo, Paulo Gama, analista político da XP, comenta o cenário da corrida presidencial e avalia as opções em torno de uma candidatura alternativa a Lula e Bolsonaro.

Quando esta entrevista foi originalmente gravada, em 27 de janeiro de 2022, a mais recente rodada do levantamento XP/IPESPE tinha acabado de ser divulgada. Nela, os números reforçam a tendência demonstrada por outros institutos de pesquisa, a saber: o pré-candidato do Partido dos Trabalhadores (PT), Lula, com ampla margem em relação ao segundo colocado, o presidente Jair Bolsonaro (PL), e os demais pré-candidatos – Ciro Gomes, Sérgio Moro, João Dória, Simone Tebet, Rodrigo Pacheco, Luiz Felipe D’Ávila. De acordo com Paulo Gama, a chance de qualquer um destes últimos se estabelecer como alternativa viável para terceira via depende do derretimento de um dos nomes que estão na dianteira das sondagens eleitorais.

“O que nos parece ser um cenário para que a terceira via possa acontecer – embora não nos pareça ser o mais provável hoje – é aquele que haja uma desidratação de algum desses candidatos, Lula ou Bolsonaro, que pudesse deixar eleitores disponíveis e que houvesse convergência desses eleitores por um nome único”.

Quisemos saber, então, se a existência de tantos pré-candidatos não faz com que a polarização seja um movimento natural, uma vez que o cenário se torna muito fragmentado com tantos nomes à disposição. Na resposta, Paulo Gama observa que “de fato, quando existe a divisão desse eleitorado em uma série de candidaturas existe a dificuldade para uma união a ponto de migrar para um único postulante. Foi um pouco do que aconteceu em 2018 e em outras eleições. A terceira via é dependente da convergência do eleitorado”.

Em seguida, o entrevistado do Podcast Rio Bravo comenta a percepção do eleitorado em relação à administração Jair Bolsonaro. “Quando nós perguntamos aos entrevistados como eles avaliam o governo Bolsonaro e depois a gestão dele acerca da pandemia, há uma rejeição maior em relação a esta última”. O analista da XP avalia, no entanto, que existe espaço para alguma melhora no médio prazo. “Nosso time roda um modelo estatístico com dados desde 1996 sobre a aprovação presidencial. E nós encontramos uma correlação muito grande entre o grupo que avalia como ótimo/bom e os indicadores de inflação e desemprego. Vem daí a minha percepção de possibilidade de melhora do governo Bolsonaro”. Aqui, Gama lembra da iniciativa do governo que ampliou o programa de transferência de renda, transformando o Bolsa Família em Auxílio Brasil (o que exigiu mudanças no teto de gastos, conforme veremos no parágrafo a seguir).

Para que essa melhora na avaliação aconteça, no entanto, é necessário que a conjuntura econômica esteja em condições mais saudáveis do que vem acontecendo nos últimos meses, conforme registro da própria pesquisa XP/Ipespe, haja vista que não é de agora que a economia é um ponto crítico na avaliação do governo. Por isso, na entrevista, perguntamos: há tempo para essa mudança, uma vez que o primeiro turno das eleições acontece em outubro? “O tempo é apertado, de fato. E nós vemos que as tentativas de governo e Congresso para impulsionar a popularidade dependem de gastos e de despesas de governo, justamente o que não temos espaço para fazer agora. É uma contradição: a tentativa de fazer qualquer tipo de política, que pudesse se reverter em aprovação, envolve gastos, esbarrando, portanto, nas restrições fiscais existentes. Se houver uma sobreposição do governo de, mesmo assim, fazer as políticas, isso significa flexibilizar as regras fiscais, o que leva a um aumento de percepção de risco fiscal e todos os problemas que temos visto se intensificar desde outubro de 2021, quando o governo decide mudar o teto de gastos para fazer caber dentro do orçamento o programa de transferência de renda maior do que existia até então.”

Diferentemente de outros anos, quando a Copa do Mundo da FIFA aconteceu antes do calendário eleitoral, em 2022, o evento futebolístico ocorre depois das eleições. Coincidência ou não, Paulo Gama observa que os números mostram as pessoas mais atentas às questões relacionadas ao processo eleitoral quando a comparação é feita com 2018. “De fato, houve uma antecipação do interesse pelas eleições. O que é uma hipótese a ser testada é se isso tem a ver com o fato de as pessoas dizerem ter mais certeza em quem vão votar em outubro”, completa o entrevistado.

A entrevista completa de Paulo Gama, analista da XP, ao Podcast Rio Bravo está disponível a partir do link acima.

Fabio Cardoso é jornalista e produtor do Podcast Rio Bravo

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