Clientes no mundo inteiro, com poder de escala gigantesco e com capacidade de atender bancos de altíssimo porte. Essas são as palavras de Arnaldo Thomaz Neto, country manager da BioCatch Brasil, a propósito desta que é uma startup israelense especializada em inteligência biométrica comportamental e detecção avançada de fraudes. Na entrevista que concede ao Podcast Rio Bravo, Arnaldo Neto explica por que caiu a eficácia das soluções de prevenção de fraudes acionadas por máquinas e como a atuação da BioCatch representa uma inovação ao analisar o comportamento dos clientes seja na abertura de contas em instituições financeiras, seja no processo transacional de uma plataforma de e-commerce.
Arnaldo Neto destaca como a abordagem da BioCatch atua no sentido de identificar as novas tentativas de engenharia social. “Se pegarmos todo o histórico de fraude, nos últimos 20 anos, bancos e fornecedores de soluções prestaram mais atenção para a infraestrutura das empresas”. De acordo com essa lógica, a infraestrutura era o principal alvo dos fraudadores – e é evidente que ações nessa direção foram bem-sucedidas no combate a fraude. No entanto, observa Neto, essas medidas deixaram de lado o elo mais fraco dessas transações, a saber: o ser humano. “Como todos os criminosos, os fraudadores são muito engenhosos e acabam se proliferando em escala e em métodos de ataque”.
Como exemplo desse novo perfil de ataques, o executivo detalha como os fraudadores apelam para recursos cada vez mais sofisticados. “O que os criminosos fazem muito hoje é o golpe da ‘falsa central’. Eles ligam para o cliente, se passando por uma central bancária para poder, assim, capturar o maior número possível de dados para conseguir ter sucesso no crime financeiro”.
O country manager da BioCatch Brasil ressalta, ainda, a importância da colaboração para que as iniciativas antifraude tenham resultado mais efetivo. “Na BioCatch, nós acreditamos que temos a oportunidade e a capacidade de unir forças para combater a fraude. De nada adianta um cliente estar blindado enquanto o outro não está. Precisamos, assim, agregar esforços para proteger os clientes e a ambição é que nós possamos nos tornar a plataforma dos bancos graças aos insights colaborativos. Para nós, essa é a chave para combater a fraude bancária.”
Ao detalhar as características dos ataques, Arnaldo Thomaz Neto apresenta um dado que é surpreendente para quem acredita que as consequências envolvem tão somente o fator financeiro, ainda que este seja o aspecto mais decisivo no curto prazo. “As táticas de fraude são ainda mais devastadoras porque são contatos diretos com o ser humano. Com isso, os impactos são duradouros, posto que acabam por mexer com o psicológico do ser humano”. Ainda de acordo com o entrevistado, a idade não necessariamente é um gatilho para os criminosos: “75% dos golpes começam nas redes sociais, independente do perfil etário. Em outras palavras, o fraudador se adequa ao perfil do usuário. Além disso, 40% das vítimas não denunciam os casos porque sentem vergonha.”
Em outro momento da entrevista, o executivo comenta as perspectivas para o desempenho da BioCatch em 2024. No ano passado, a performance da empresa ultrapassou 100 milhões de dólares de receita recorrente anual. Só na América Latina o crescimento da receita foi de 61%, representando 34% de RRA da operação global da startup. “A nossa ideia é crescer mais e ganhar mais market share nesse mercado. E recentemente a Macquire Group (da Austrália), que tem mais de 600 bilhões de dólares de ativos sob gestão, investiu 32 milhões de dólares em ações da empresa. Quando esses aportes ocorrem, eles acontecem justamente para triplicar o tamanho da BioCatch. Foi assim que em 2023 a empresa se tornou uma Centauro”, diz Arnaldo Thomaz Neto.
Confira a íntegra do episódio com Arnaldo Thomaz Neto, country manager da BioCatch Brasil.
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