No terceiro episódio da série #AsInstituiçõesEstãoFuncionando, do videocast da Rio Bravo, o diplomata Paulo Roberto de Almeida fala a respeito do Itamaraty, nome que é tradicionalmente chamado do Ministério das Relações Exteriores, órgão político administrativo encarregado de auxiliar a presidência da República na formulação e execução da política externa brasileira.
Num momento em que os assuntos internacionais já fazem parte do cotidiano da sociedade brasileira, consequência natural de um mundo globalizado, a atuação do corpo diplomático brasileiro é percebida não apenas pela classe política e pela mídia, mas, também, pela opinião em pública em geral. Nesse sentido, cabe à pergunta: quais são as características do Itamaraty?
Paulo Roberto de Almeida assinala que a atuação do Itamaraty remonta a nomes como o de Alexandre de Gusmão, responsável por “aumentar” o Brasil “do território de Tordesilhas para mais ou menos o território que tem hoje”; Visconde do Rio Branco, que deu o sentido de política numa época de transição dos impérios colonialistas europeus para o novo império americano; e Rui Barbosa, uma das bases da diplomacia brasileira quando defendeu na segunda conferência de Paz de Haia (1907) a igualdade soberana dos Estados, um eixo central da diplomacia brasileira e do próprio multilateralismo contemporâneo.
Para além dessa abordagem histórica, tão importante para a formulação da diplomacia brasileira, Paulo Roberto de Almeida responde, também, acerca da atuação do Itamaraty frente às pressões políticas. “Quando se tem um presidente normal, seja de direita ou de esquerda, a classe diplomática se adapta àquilo com simpatia ou apenas profissionalismo”. O entrevistado do Videocast Rio Bravo, no entanto, comenta como foi o período marcado pela presença do Bolsonarismo, quando, influenciado pelas ideias de Olavo de Carvalho, o Itamaraty e a Fundação Alexandre de Gusmão contaram com a presença de personalidades que destoavam da tradição itamarateca: “Os diplomatas se enclausuraram sob si mesmos e ficou um silêncio um completo. Os diplomatas preferiram servir em consulados no exterior a ir para as embaixadas, onde eles teriam de seguir as instruções de Brasília, muitas vergonhosas”.
Se você ficou interessado no conteúdo desse episódio, confira a íntegra da entrevista do diplomata Paulo Roberto de Almeida ao videocast da Rio Bravo em nosso canal no YouTube.