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Podcast 796 – Do esporte de alta performance à jornada da ClearSale

Rio Bravo entrevista Pedro Chiamulera.

Pedro Chiamulera teve uma vida totalmente diferente antes de fundar, em 2001, da ClearSale, uma solução antifraude white label e customizada para cada cliente. Ainda na adolescência, Chiamulera se tornou velocista e, anos depois, participou de duas edições dos Jogos Olímpicos, em 1992 em Barcelona e em 1996 em Atlanta. Na entrevista que concede ao nosso Podcast, Pedro Chiamulera articula essa experiência à sua trajetória profissional, além de destacar as características da tecnologia antifraude, bem como sua visão para essa modalidade de negócio daqui para frente.

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Dicas de Conteúdo O melhor da semana para você

Livro: A Coragem de não Agradar – Ichiro Kishimi e Fumitake Koga

 O livro, em formato de diálogo entre um filósofo e um jovem, trata das ideias de Alfred Adler. Pra quem não tem familiaridade com temas psicológicos, o livro surpreende por rebater as grandes ideias de Sigmund Freud, difundidas e aceita pela maioria da sociedade. As discussões entre o jovem e o filósofo que traz a tona temas complexos, mas enfrentados por todos em vários momentos da vida, como auto aceitação, capacidade de mudar, relações interpessoais e traumas, são intrigantes, e as soluções exploradas pelo livro são desconcertantes.

Podcast: Histórias em Meia Hora

O podcast, criado pelo professor de história Vitor Soares, conta trechos importantes da história nacional e mundial em 30 minutos! Passando pelo Império Otomano até a criação da Yakuza, ou pulando para as Cruzadas e saltando para a história do Budismo e depois para um detalhado episódio sobre Leonardo da Vinci, o podcast aborda todo e qualquer tema de forma informal e direta e envolvente.

Whiplash: em busca da perfeição

Até que ponto se pode ir para se alcançar a perfeição? Qual a definição de sucesso? Qual o custo? O tema central deste filme é a possível contradição entre sucesso e equilíbrio. Mais ainda, o papel de um tutor na formação de um aluno. O filme retrata a história de um baterista que acaba se encantando por seu professor e pelos métodos agressivos de força-lo ao limite com o objetivo de se tornar um grande nome no cenário do jazz americano.

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As Melhores Dicas Culturais – O melhor da semana para você

Dicas culturais e de entretenimento

Livro: Para Poder Viver  

Yeonmi Park relata em “Para Poder Viver” a sua fuga da Coreia do Norte e o caminho que teve que percorrer rumo à liberdade. A autobiografia relata a infância de Yeonmi na ditadura Norte-Coreana e a sua travessia pela China até a Coreia do Sul. É uma história impressionante de muita coragem e perseverança, que demonstra a luta da autora e sua vontade de viver.

Podcast: Endörfina  

O podcast Endörfina de Michel Bögli convida atletas, empresários, treinadores e diversas outras pessoas que possuem uma paixão pelo esporte a relatar suas histórias. Em cada episódio, os ouvintes têm a oportunidade de conhecer melhor a trajetória dos convidados do podcast e saber o que os tornam grandes campeões e pessoas de muito sucesso.

Musical Beetlejuice

Nos anos 80, Tim Burton lançou a comédia “Beetlejuice – Os fantasmas se divertem”, que foi um grande sucesso. Em 2019, o filme virou um musical da Broadway, indicado a diversos Tony’s Awards. Agora, o musical finalmente chegou ao Brasil com a direção de Tadeu Aguiar e o protagonista Eduardo Sterblitch. A peça está ocorrendo no Teatro Liberdade, em São Paulo, até o dia 28 de abril de 2024.  

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Artigos

Nem nem

O grande evento do mês de março de 2024 não foi uma vírgula, mas foi perto. Foi um plural no comunicado do COPOM.

Mais precisamente o modo como o COPOM enuncia o que se conhece no idioma dos especialistas como forward guidance: o comitê antevê uma redução na Selic semelhante “na próxima” reunião, e não mais nas próximas, como nos comunicados anteriores.

Mensagem do COPOM

O plural do COPOM faz toda a diferença. E a mensagem parece clara: está chegando a hora de parar de reduzir os juros, ou de reduzir o ritmo de queda. Provavelmente não na próxima, nos dias 7 e 8 de maio (quando se espera mais uma redução de 0,5% na Selic, para 10,15%), mas na seguinte.

O comitê cogitou expressamente “um ritmo mais lento de distensão monetária” na direção do que designou como “taxa terminal”, aquela que vai encerrar esse ciclo de baixa.

A taxa terminal deveria estar próxima da “taxa neutra”, aquela que não é nem contracionista nem expansionista.

Não deve haver dúvida: o mês de março de 2024 testemunhou uma calmaria imensa, uma falta de assunto gritante, como se pode ver pelo debate sobre a gramática das atas do COPOM. A monotonia também é perceptível quando as atenções se voltam para os bancos centrais do exterior, especialmente os de segunda linha.

Em março, o mercado teria se impressionado com a ousadia do banco central da Suíça, que teria acelerado cortes já programados em sua taxa de juros. Também o do México teria sido ousado nos cortes, em decisões que não foram unânimes. A inflação estaria mais bem-comportada do que se esperava, na Suíça como no México, bem como no Peru e na Colômbia.

Talvez seja falta de assunto mesmo.

Ou seria uma indicação de que a nossa vizinhança, com as incontornáveis exceções da Argentina e da Venezuela, estaria adquirindo um aspecto mais asiático? Seria indicação de isolamento futuro no Brasil com juros reais muito elevados e inflação muito baixa?

Nada contra a monotonia, inclusive, quando se lembra que março de 2024 é o mês que assinala o 30º aniversário do lançamento da URV (unidade real de valor) que dava início à reforma monetária que ficaria conhecida como o Plano Real. Viemos de muito longe, quando a inflação era de 30% ao mês ou mais.

A calmaria vem com indicadores de atividade que não são especialmente bons. Mas não são ruins. Os adjetivos se alternam nas avaliações sobre o mercado de trabalho no Brasil. Afinal, a política macro deste governo de fato não possui coloração muito definida, ao menos por ora. A monetária é mais para ortodoxa, por conta da autonomia do Banco Central e das metas para a inflação. Mas a fiscal não é bem heterodoxa, tampouco a soma das duas.

Talvez seja a véspera de um embate que é clássico em governos populistas: tight money, loose fiscal. Para o contexto brasileiro, esse tipo de tensão teria um componente institucional mais sensível, pois, afinal, é a primeira presidência da República com um Banco Central tripulado por nomeados pelo presidente anterior. Um processo de crowding out pode ser mais tenso do que o habitual, sobretudo a partir do segundo semestre de 2024, por conta da definição do substituto de Roberto Campos Neto

A economia não foi um tema na eleição, nem fez parte dos grandes debates políticos nos últimos tempos, como se sabe. A índole da política econômica na terceira presidência Lula permanece em processo de definição. Nem é uma política (fiscal) ortodoxa, a despeito das intenções declaradas, nem heterodoxa. Ao menos por ora. Nem gastança, nem austeridade. Não há propriamente superávit, nem déficit. Há intenções, hesitações e diferenças de opinião, mas só saberemos qual é a política fiscal ao final do exercício, feitas as contas do resultado. E não será um resultado planejado, mas o produto de forças contraditórias.

Não é bem o Congresso que pressiona na direção do keynesianismo, como no passado. O Congresso disputa recursos para suas emendas paroquiais, ou seja, almeja parcela maior sobre o total de gastos para alimentar gastos nas suas bases, cuja escala não é propriamente juscelinista. Não se trata propriamente de uma demanda por grandes obras com efeitos muito significativos sobre o aspecto geral da política fiscal. Nesse contexto, o Congresso não tem sido dominante, nem submisso no tocante à política fiscal.

É bem possível que fique assim, nem bom nem ruim, a véspera de alguma coisa, por muito tempo ainda. O aggiornamento, ou a perestroika, da política econômica lulista ainda está para acontecer.

Por: Gustavo Franco, Senior Advisor da Rio Bravo

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Obras com temas do universo feminino – A inclusão começa por você

Com o fimdo mês da mulher, a Rio Bravo selecinou as 6 livros inspiradores com temas do universo feminino ou escrito por mulheres.

Encerrando as comemorações do mês de março, selecionamos 6 livros inspiradores com temas do universo feminino ou escritos por mulheres e que abordam a Diversidade e Inclusão.

6 livros inspirados no universo feminino ou escritos por mulheres

Garota, Mulher, Outras – Bernardine Evaristo

Um romance surpreendentemente atual e engenhoso sobre identidade, raça e sexualidade, vencedor do Booker Prize em 2019. O pano de fundo dessas histórias é uma Londres dividida e hostil, logo após a votação do Brexit: um lugar onde as pessoas lutam para sobreviver, muitas vezes sem esperança, sem que as suas necessidades sejam atendidas e sem que sejam ouvidas. Nesse ambiente opressor, as vozes de Garota, mulher, outras formam um coro e levantam reflexões poderosas sobre o machismo, o racismo e a estrutura da sociedade.

Por um feminismo afro-latino-americano- Lélia Gonzales

O livro  reúne em um só volume um panorama amplo da obra desta pensadora tão múltipla quanto engajada. São textos produzidos durante um período efervescente que compreende quase duas décadas de história ― de 1979 a 1994 ― e que marca os anseios democráticos do Brasil e de outros países da América Latina e do Caribe.

Além dos ensaios já consagrados, fazem parte desse legado artigos de Lélia que saíram na imprensa, entrevistas antológicas, traduções inéditas e escritos dispersos, como a carta endereçada a Chacrinha, o Velho Guerreiro. O livro traz ainda uma introdução crítica e cronologia de vida e obra da autora.
Irreverente, interseccional, de colonial, polifônica, erudita e ao mesmo tempo popular, Lélia Gonzalez transitava da filosofia às ciências sociais, da psicanálise ao samba e aos terreiros de candomblé.

Será que sou feminista? – Alma Guillermoprieto

Escrito por uma das principais jornalistas da América Latina, um manifesto corajoso, livre de doutrinas, para que possamos cada vez mais pensar (e viver) o feminismo em toda a sua diversidade.

Alma Guillermoprieto dedicou grande parte de sua carreira a cobrir conflitos e movimentos sociais por toda a América Latina. Ao longo de sua trajetória retratou em crônicas e reportagens a história de mulheres comuns, sobreviventes dos mais diversos tipos de violência.

Pequeno Manual Antirracista – Djamila Ribeiro

Neste pequeno manual, a filósofa e ativista Djamila Ribeiro trata de temas como atualidade do racismo, negritude, branquitude, violência racial, cultura, desejos e afetos. Em onze capítulos curtos e contundentes, a autora apresenta caminhos de reflexão para aqueles que queiram aprofundar sua percepção sobre discriminações racistas estruturais e assumir a responsabilidade pela transformação do estado das coisas.

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Sejamos todos feministas – Chimamanda Ngozi Adichie

Este livro é uma adaptação do discurso feito pela autora no TEDx Euston, que conta com mais de 1,5 milhão de visualizações. Neste ensaio preciso e revelador, Adichie parte de sua experiência pessoal de mulher e nigeriana para mostrar que muito ainda precisa ser feito até que alcancemos a igualdade de gênero.

Extraordinárias – Mulheres que revolucionaram o Brasil – Aryane Cararo e Duda Porto de Souza

Conta a história de brasileiras que impactaram a nossa história e, indiretamente, a nossa vida, mas raramente aparecem nos livros. Este livro de 2017, resultado de uma extensa pesquisa, chegou para trazer o reconhecimento que elas merecem.

Você vai encontrar perfis de revolucionárias de etnias e regiões variadas, que viveram desde o século XVI até a atualidade, e conhecer os retratos de cada uma delas, feitos por artistas brasileiras. O que todas essas mulheres têm em comum? A força extraordinária para lutar por seus ideais e transformar o Brasil.

Lembre-se: a diferença está no detalhe, empatia é fundamental e sempre é tempo de mudarmos nossa forma de pensar e agir.

Diversidade e Inclusão na Rio Bravo Investimentos

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Podcast 795 – Luciana Temer: “O Brasil é muito condescendente com a exploração infantil”

Luciana Temer e toda a sua trajetória no Instituto Liberta

Advogada de formação e professora de direito constitucional na PUC-SP, Luciana Temer já ocupou algumas posições na administração pública, como secretária de juventude, esporte e lazer do primeiro governo Geraldo Alckmin no estado de São Paulo e também como secretária de assistência e desenvolvimento social da gestão Fernando Haddad na prefeitura da capital paulista. Na entrevista que concede ao nosso Podcast, Luciana Temer conta como uma conversa com empresário e filantropo Elie Horn a trouxe para o Instituto Liberta, organização social que trabalha pelo fim de todas as violências sexuais contra crianças e adolescentes por meio da comunicação e da conscientização. Além de comentar a atuação do Instituto, a advogada explica por que o Brasil fala tão pouco a respeito desse assunto.

Em tempo: se presenciar qualquer situação de abuso, não hesite em contatar as autoridades. Busque ajuda. Não seja indiferente.

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Legado das cinzas: consequências do narcotráfico e do garimpo ilegal

Consequências do narcotráfico e do garimpo ilegal na Amazônia. Saiba mais!

A América do Sul há décadas tem sido identificada como a maior produtora de cocaína do mundo. Para além disso, nas fronteiras fluviais amazônicas, crimes ambientais, como o desmatamento para exploração de madeira e o garimpo ilegal (que também ocorrem há décadas na região), têm adquirido um novo status ao se vincularem com o tráfico de drogas.

Os efeitos ambientais do garimpo ilegal

Sabe-se que o território amazônico vem sendo afetado pela mineração ilegal e que houve um incremento substancial na última década, gerando inúmeros efeitos ambientais e sociais na região.  O documento Nuevo estudio identifica 49 zonas afectadas por la minería ilegal en la Amazonía, da organização Mongabay, traz um importante panorama sobre o fenômeno. Publicado em outubro de 2023, o estudo indica a existência de 58 zonas afetadas pela mineração em bosques ou rios, sendo que 49 são focos ilegais de mineração na Amazônia.

Nota-se uma grande concentração de zonas de exploração ilegais (fluviais e terrestres) no Peru, em suas zonas fronteiriças com a Colômbia, na tríplice fronteira com a Colômbia e Brasil, com a Bolívia e sobretudo com o Equador. Vale mencionar que esses territórios têm demandado “forças extras”, com emprego de empresas de segurança privada, que podem servir ao Estado e/ou aos grupos de mineradores ilegais, o que tem gerado muitos conflitos na região.

Há uma série de elementos cruciais nesse fenômeno que se referem ao ciclo de subdesenvolvimento em que estão inseridas as populações que habitam o entorno dessas regiões: a prática de mineração ilegal contamina as águas, afeta a fauna e impede que atividades legais transcorram normalmente nessas localidades. Afora isso, a mineração impulsiona outras atividades ilegais, como a venda de armas, a lavagem de dinheiro e a prostituição. E vem sendo alvo de interesse de grupos do narcotráfico de maior alcance, com cooperações logísticas entre si. O ciclo do subdesenvolvimento, portanto, vem acompanhado da presença da violência que intimida, ameaça, isola e ataca comunidades locais, especialmente povos originários que habitam esses territórios.

Desde a década de 1980, vem crescendo a atividade de mineração ilegal na região da tríplice fronteira Venezuela-Colômbia-Brasil, atingindo, na fronteira entre Venezuela e Brasil, o Território Indígena Yanomami. Os rios afluentes Orinoco e Rio Negro se tornaram importantes espaços de dragagem, onde, por meio de grandes escavadeiras, o fundo dos rios é “remexido” em busca do ouro. Utiliza-se mercúrio para separar o ouro da terra. Há, nesse processo, ao menos duas consequências imediatas: o “lameamento” das águas, em que os rios vão ficando turvos, afetando a fauna, a pesca, e a própria navegabilidade; e a contaminação dos rios por mercúrio, afetando diretamente a fauna e as populações locais.

Isolamento das tribos indígenas

Outra consequência direta deste processo é o isolamento e a consequente fome das tribos indígenas, que passam a se locomover pelos rios com maior dificuldade perante os operadores da mineração ilegal, que bloqueiam os rios com os maquinários e impedem sua passagem. Segundo o Ministério da Saúde e inúmeras fontes divulgadas a partir de 20 de janeiro de 2023, entre 2018 e 2022, 570 crianças Yanomamis morreram como consequência da contaminação por mercúrio, desnutrição e fome.

Existem, nesse caso, relatos de violência aberta, ameaças e intimidação à população indígena. Observam-se também episódios de conivência e omissão governamental, o que poderia ser indício de corrupção nestas regiões. Assim, todo o arco leste da região amazônica está sendo cercado pelo desmatamento, do mesmo modo como é possível visualizar o “sufocamento” da Terra Indígena Yanomami, cercada por focos de mineração ilegal, pistas clandestinas e o próprio desmatamento. Vale notar que tanto os desmatamentos quanto os focos de mineração ilegal seguem as margens dos rios afluentes, sendo esses, portanto, os “corredores naturais” para tais atividades.

Segundo o relatório[3] do Instituto Igarapé, dos lados colombiano e venezuelano, as atividades de mineração ilegal ocorrem, entre outros atores, sob o controle de dissidentes das ex-Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (FARC) e pelo Exército de Libertação Nacional (ELN).

Enquanto isso, no Brasil, conforme relato obtido em entrevista a um militar colombiano, em setembro de 2023, tem ocorrido uma cada vez maior atuação do Primeiro Comando da Capital (PCC), que está dando cobertura tática à operação da mineração ilegal em troca de percentuais da exploração do ouro. Na prática, essa organização criminosa passa a ser a manutenção e controle da “segurança” desta operação na região. As pistas clandestinas, nesse sentido, muito próximas aos rios afluentes e às zonas de mineração ilegal, teriam uso duplo: escoamento de drogas e de ouro, sendo controladas (seu custo operacional e segurança) por grandes grupos de narcotraficantes.

Acerca da presença do crime organizado, o Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP) publicou, em junho de 2023, o Informe Especial intitulado “Segurança Pública e Crime Organizado na Amazônia Legal” a fim de mostrar o exponencial crescimento da presença do crime organizado na região amazônica, acompanhado do aumento dos números da violência na região.

A região da Amazônia Legal corresponde a 59% do território brasileiro e engloba oito estados – Acre, Amapá, Amazonas, Mato Grosso, Pará, Rondônia, Roraima, Tocantins e parcialmente o Maranhão. Nela residem 56% da população indígena brasileira. O território possui a maior biodiversidade do mundo e uma riqueza a partir da presença dos povos indígenas imensuráve. (IPEA, 2008)

Segundo o Informe, desde 2012, a região possui índices de violência mais elevados que a média nacional. Dentre os estados, o Amazonas apresentou a maior taxa de crimes violentos letais intencionais: 33,1/ 1000.000, sendo que a média nacional é de 19/100.000. No ano de 2021, segundo os dados do FBSP, o Estado apresentou sua média histórica, com 36,8/100.000, maior índice desde 2009. (FBSP, 2023:5)

De acordo com Atlas da Violência, divulgado pelo IPEA, fica evidente que Amazonas, Roraima, Amapá (estados fronteiriços), Ceará e Bahia são os estados mais violentos do país, o que corrobora a presença de facções na região, em franca disputa pelas rotas internacionais de tráfico de drogas. Apenas em novembro de 2023, o estado do Amapá superou em mais de 100% a média nacional, com 50,6/100.000 mediante 23,3/100.000 da média nacional, seguido do estado do Amazonas, com 38,8/100.000, que segue crescendo, mediante 36,8 /100.000 do ano anterior. As rotas internacionais do tráfico da região amazônica fazem circular 40% do volume total de recursos vinculados ao tráfico de cocaína, que corresponde a 4% do PIB brasileiro.

Disputa de facções

O Norte do país está, portanto, sob franca disputa de diferentes grupos neste momento. E é possível verificar que o Comando Vermelho (CV), facção surgida no Rio de Janeiro, assumiu, em nível nacional, uma disputa com o Primeiro Comando da Capital (PCC) no Norte e no Nordeste, e hoje é o grupo que mais cresceu na região, tendo disputado intensamente com facções locais, como a Família do Norte, por exemplo, que foi derrotada nos últimos anos.

Entre Letícia e Tabatinga, por exemplo, pode-se observar a incidência de tráfico de armas, contrabando de pescado e biopirataria, migração ilegal internacional, tráfico de drogas, contrabando de madeira, entre outros. Já nas rotas entre Pacaraima e Santa Elena Uairén, há a incidência de contrabando de minerais, imigração ilegal internacional, tráfico de armas, e tráfico de drogas. Vale ressaltar que tais regiões coincidem com aquelas onde há os maiores números de assassinatos de indígenas, o que, portanto, complementa a percepção do quadro geral dos crimes e da violência na região.

Essa complexa interação entre facções na região vem seguindo uma lógica de concentração do monopólio das atividades com a intensificação da presença mais recente do CV na região. Ademais, como também foi possível observar na já mencionada entrevista com militar colombiano, o PCC diversificou suas atividades, formando alianças táticas com grupos de mineração ilegal, e com grupos ligados à prostituição na região.

Esse fato é, sem dúvida, um dos fenômenos que mais explicam a explosão no número de homicídios na região, sobretudo no Amapá e no Amazonas. Outro aspecto que se pode notar é o processo de “interiorização” ou “capilarização” que os grupos vão criando, a partir de pressões fronteiriças, rumo ao interior, especialmente fazendo uso dos sistemas penitenciários para atuar conforme o modelo do PCC. Todos os municípios que estão em disputa observam a presença do CV e do PCC, e em outras regiões, o domínio de um e de outro já se torna mais visível.

A governança do crime se modificou nos últimos anos na região, de modo que duas grandes facções brasileiras hoje disputam territórios e municípios em toda região amazônica: o CV e o PCC, com uma vantagem para o primeiro em termos de territórios conquistados e parcerias com facções locais, como o grupo proveniente da fronteira entre Venezuela e Colômbia: Tren de Aragua. A complexidade, portanto, do tema das ameaças que hoje assolam a região amazônica e as comunidades que ali residem está em ao menos quatro grandes frentes, como a (I) tendência à disputa nacional entre o PCC e CV;  (II) a diversificação das operações para além do tráfico de drogas, como a mineração ilegal e a prostituição; (III) a “interiorização” e penetração nos municípios adjacentes de tamanho médio e pequeno; e, por fim, (IV) maior “sufocamento” e “isolamento” das comunidades indígenas que habitam no Território Indígena.

Finalmente, nota-se que o narcotráfico tem se somado à mineração ilegal e causou danos irreparáveis aos povos Yanomami, gerando pactos de conveniência e explosões de violência, em busca do controle e domínio destas regiões, seja da rota da cocaína, seja do domínio das áreas de mineração; causando ameaças, isolamento, fome, contaminação, exploração sexual, entre outras ameaças aos povos que ali habitam. Buscou-se, assim, chamar a atenção para os danos causados não só ao meio ambiente, mas às populações locais, sobretudo ribeirinhas e indígenas. E nos faz questionar sobre qual é o legado que estamos deixando para gerações futuras? Somos responsáveis pela omissão diante do genocídio de povos indígenas e danos irreparáveis ao Meio Ambiente?

Por: Marília Carolina Barbosa de Souza Pimenta

Certamente que sim. Marília Carolina Barbosa de Souza Pimenta é professora do Departamento de Relações Internacionais da UNESP-Franca. Pesquisadora visitante da Syracuse University-Mohynihan Inst


[1] MONGABAY. Nuevo estudio identifica 49 zonas afectadas por la minería ilegal en la Amazonía. 2023. Disponível em: https://es.mongabay.com/2023/11/zonas-afectadas-por-mineria-ilegal-en-amazonia/. Acesso em 25/03/2024.

[2] FIOCRUZ. O Garimpo Ilegal e o genocídio Yanomami. 2023. Disponível em: https://mapadeconflitos.ensp.fiocruz.br/conflito/rr-invasao-de-posseiros-e-garimpeiros-em-terra-yanomami/. Acesso em 25/03/2024

[3] INSTITUTO IGARAPÉ. Amazônia Saqueada: As Raízes do Crime Ambiental nas regiões de Tríplice Fronteira. 2023. Disponível em: https://igarape.org.br/amazonia-saqueada-as-raizes-do-crime-ambiental-nas-regioes-de-triplice-fronteira/. Acesso em 25/03/2024

[4] FÓRUM BRASILEIRO DE SEGURANÇA PÚBLICA. Informe Especial. Segurança Pública e Crime Organizado na Amazônia Legal. Disponível em: https://forumseguranca.org.br/publicacoes_posts/seguranca-publica-e-crime-organizado-na-amazonia-legal/. Acesso em: 25/03/2024.

[5] IPEA. O que é? Amazônia Legal. Desafios do Desenvolvimento. 5(44). 2008. Disponível em: https://www.ipea.gov.br/desafios/index.php?option=com_content&id=2154:catid=28. Acesso em 25/03/2024

[6] FOLHA DE SÃO PAULO. Comando Vermelho e PCC avançam para presídios de quase todos os estados. 14/12/2023. Disponível em: https://www1.folha.uol.com.br/cotidiano/2023/12/comando-vermelho-e-pcc-avancam-para-presidios-de-quase-todos-os-estados.shtml. Acesso em 25/03/2024.

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Podcast 794 – Dani Café: head da área operacional da Fiduc

Dani Café: “Não precisa estar com a roupagem ESG para fazer as coisas certas”

No episódio desta semana, nossa convidada é Dani Café, Chief Sustenability Officer e head da área operacional da Fiduc. Como a nossa convidada relata na entrevista, a sua trajetória no mercado financeiro remonta aos anos 1990, quando não havia muitas referências de mulheres nesse segmento. Na entrevista, a executiva conta como foi o processo de ascensão no mercado financeiro sem deixar de lado a criação de quatro filhos. Foi uma das crianças, aliás, que fez com que Dani Café buscasse o sabático. E a nossa entrevistada vai revelar por que esse período foi transformador tanto na vida pessoal quanto na sequência de sua carreira profissional. 

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Como se faz um Plano Diretor | Nabil Bonduki no #VideocastRioBravo

A nova temporada do Videocast Rio Bravo traz um tema incontornável para a segunda década do século XXI. Em Cidade Aberta, a proposta é discutir os desafios e as oportunidades das cidades nas mais variadas frentes (mobilidade, inclusão, sustentabilidade, segurança pública, memória e investimentos).

O segundo episódio de nossa série traz Nabil Bonduki, arquiteto, urbanista, professor e político. Bonduki está associado ao planejamento urbano não somente porque é pesquisador do tema, mas, também, porque foi o relator do Plano Diretor de 2014. A propósito, uma das perguntas do #videocast é exatamente esta: será que Bonduki ficou satisfeito com a revisão do Plano Diretor levada adiante em 2023?

No videocast, além de apresentar os desafios do planejamento da cidade em diferentes áreas (como diversidade e meio ambiente), Bonduki ressalta a importância da política para a construção de uma cidade menos desigual.

Nas palavras do urbanista: “Eu sempre digo que um dos objetivos do Plano Diretor é reduzir as desigualdades da cidade. Por exemplo, se cada núcleo em torno de cada estação de metrô for uma área qualificada, nós estaremos qualificando aquela área para os moradores que estão lá e também para outros moradores que vão poder chegar naquelas regiões e vão ter interesse em morar ali. De quebra, teremos núcleos urbanos mais qualificados e diversos”.

Confira a íntegra da entrevista com o urbanista Nabil Bonduki, relator do Plano Diretor 2014, ao Videocast Rio Bravo.

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Conheça o Dia Mundial Sem Carne – o melhor da semana para você

No dia 20 de março, foi comemorado o dia mundial sem carne.

No dia 20 de março, foi comemorado o dia mundial sem carne. Criado em 1985 por meio de campanhas da ONG Farm Animal Rights Movement (FARM), o movimento visa conscientizar a população sobre os impactos do consumo exagerado de carne no mundo e os benefícios de uma alimentação sem carne.

Os produtos de origem animal podem afetar o planeta de várias maneiras, como:

  • emissões de gás carbono e metano gerados a partir da criação de animais em grande concentração geográfica e a intensificação na produção de carne;
  • Impacto ambiental devido a pecuária instável sendo uma das principais causas de perca de habitat natural, biodiversidade e degradação da terra com as derrubadas de arvores para dar lugar aos pastos e a caça irregular de animais silvestres.

Alternativas para reduzir o consumo exagerado de carne

Supermercados e Lojas de Produtos Naturais

Procure por seções dedicadas a produtos à base de plantas. Algumas alternativas podem ser mais caras inicialmente, a tendência é que os preços se tornem mais competitivos à medida que a demanda aumenta e a tecnologia melhora.

Feiras e Comércios Locais

Costumam oferecer alimentos frescos e orgânicos.

Restaurantes e Cafés Veganos ou Vegetarianos

Explore culinárias especializadas em receitas veganas ou vegetarianas. Elas geralmente têm um cardápio variado com opções deliciosas e sem carne.

Restaurante Banana Verde

Localizado na Rua Harmonia, 278, Vila Madalena. Eleito o melhor restaurante vegetariano do Brasil pela Revista Prazeres da Mesa.

Receitas Caseiras

Experimente cozinhar em casa usando receitas à base de plantas, há muitas receitas criativas e saborosas que substituem a carne por ingredientes vegetais.

Benefícios de uma dieta baseada em plantas

Prevenção de doenças, como as cardiovasculares e o envelhecimento precoce, além de auxiliar no emagrecimento, saúde do intestino e equilíbrio nos níveis de nutrientes.

Documentários relacionados à alimentação consciente

What the Health: “Este documentário investiga a relação entre alimentação e saúde, explorando como uma dieta baseada em plantas pode prevenir e até reverter doenças crônicas. Ele também aborda o impacto da indústria alimentícia na saúde pública”

Cowspiracy: The Sustainability Secret: “Este documentário examina o impacto da pecuária no meio ambiente e como a produção de carne afeta a sustentabilidade do planeta.”

Forks Over Knives: “Baseado no livro homônimo, este documentário explora como uma dieta baseada em plantas pode prevenir doenças crônicas e melhorar a saúde. Ele apresenta histórias de pessoas que adotaram essa abordagem alimentar.”

O Dia Mundial Sem Carne nos permite refletir sobre nossas escolhas alimentares e o impacto que isso gera no meio ambiente. É uma boa oportunidade para considerar alternativas mais sustentáveis e saudáveis e reduzir o consumo de carne.

Lembrando que se você estiver realmente disposto a mudar seus hábitos, é essencial se consultar com um profissional de saúde para orientação personalizada.

Dia Mundal Sem Carne na Rio Bravo Investimentos

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